Nove em cada dez brasileiros reconhecem impactos da mudanças climáticos, diz estudo

Uma pesquisa inédita realizada pela PwC Brasil em parceria com o Instituto Locomotiva revelou que 9 em cada 10 brasileiros reconhecem que os impactos das mudanças climáticas sobre a humanidade serão cada vez mais severos.

O estudo, que ouviu 1.500 pessoas entre 26 de março e 10 de abril, antes do desastre ocorrido no Rio Grande do Sul, tinha como objetivo mapear a percepção da população em relação à crise climática global.

Diante deste cenário preocupante, 89% dos entrevistados acreditam ser crucial que as empresas adotem iniciativas para combater as mudanças climáticas.

Os dados da pesquisa são alarmantes: 18% dos brasileiros já tiveram suas casas invadidas por enchentes, e 63% temem que isso aconteça no futuro.

Além disso, 74% temem sofrer alagamentos nas ruas onde moram ou trabalham, e 38% afirmam ter ficado “presos” em casa ou em algum estabelecimento devido a enchentes ou alagamentos nos últimos cinco anos.

“A questão central é que, para que os efeitos devastadores das mudanças climáticas sejam mitigados, é preciso enfrentar com ações concretas as desigualdades que permeiam nossas cidades, em especial as vilas, favelas e periferias. Diante disso, os consumidores estão de olho e cobrando o que o setor privado faz no combate às mudanças climáticas”, diz Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva

A pesquisa também destaca disparidades socioeconômicas e raciais na exposição aos alagamentos.Os cidadãos das classes DE vivenciaram mais alagamentos onde moram (50%, em comparação com 46% das classes AB). Além disso, 52% dos negros relataram ter enfrentado alagamentos nos últimos anos, ante 46% dos brancos.

A percepção das mudanças climáticas é amplamente reconhecida pela população: 8 em cada 10 brasileiros afirmam ter notado chuvas mais fortes do que o habitual nos últimos anos, com 81% relacionando esse fenômeno às ações humanas.

Sobre o aumento dos pontos de alagamento ou enchentes, 76% observam o crescimento desse problema na cidade em que vivem, e 95% acreditam que as atividades humanas são a causa principal.