Petroleiros aprovam estado de greve por acordo coletivo que garanta aumento real

Os petroleiros iniciaram esta semana assembleias da categoria em todo o Brasil e já indicam uma greve nacional em todo o Sistema Petrobrás a partir do próximo dia 15.

De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o Sindipetro Unificado, “a categoria está revoltada e indignada com os ataques da gestão Magda (Chambriard, presidente da empresa)” e reivindica “respeito às gerações de aposentados que construíram a Petrobrás, resgate dos direitos retirados nos governos anteriores e por um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) digno para aqueles e aquelas que geram a riqueza da maior empresa do Brasil”.

Nas assembleias também foi enfatizada a “Pauta pelo Brasil Soberano”, com a defesa da Petrobrás pública, sem privatizações e sem adoção de novo modelo de negócios que fragilize a empresa.

As assembleias ocorrem até o dia 11 na grande maioria das bases, mas o indicativo de paralisação já foi aprovado por unanimidade na primeira rodada de consultas.

Os trabalhadores cobram a reposição imediata da inflação, com ganho real e reposição das perdas acumuladas desde 2016, que totalizam um reajuste de 10,34%. Além disso, reivindicam a ampliação e melhoria de uma série de direitos, como os adicionais, os auxílios educacionais, a assistência alimentar, auxílio doença, horas extras, férias, entre outros.  

As entidades também cobram uma solução para os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, questão considerada urgente pela categoria devido ao impacto financeiro – especialmente para aposentados e pensionistas – acumulado ao longo dos anos. Os PEDs são uma contribuição extraordinária cobrada de participantes e assistidos (ativos e aposentados) para cobrir o déficit financeiro dos planos de previdência da fundação.

Nas assembleias a FUP e seus sindicatos aprovaram a retomada da vigília pelo fim dos PEDs. As vigílias devem ser retomadas a partir da próxima quinta-feira (11), em frente à sede da Petrobrás, no Rio de Janeiro.

“A orientação é que os sindicatos enviem representações de todo o Brasil para o acampamento que será montado no local, aumentando a pressão por uma solução definitiva para os equacionamentos da Petros”, diz a FUP.
“Apesar de estarmos tratando da pauta econômica e dos benefícios, assuntos que afetam diretamente os trabalhadores e as trabalhadoras da ativa, temos reforçado que a questão central dessa negociação é o fim dos PEDs. Não fecharemos o ACT sem uma solução para os equacionamentos que tanto prejudicam os aposentados, aposentadas e pensionistas do Sistema Petrobrás”, afirmou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

A Federação afirma que “o resultado das assembleias ao longo desta semana irá definir os encaminhamentos da categoria para a segunda quinzena de dezembro”, e que continua aberta à negociação e aguarda manifestações da Petrobrás sobre as questões pendentes.