13 de dezembro de 2025
Está aí a Festa do Jazz 2025 – estreias em
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Entre 19 e 21 de Dezembro a Festa do Jazz 2025 está no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, para três dias de concertos com intérpretes nacionais e internacionais, que trazem a  palco novas formações, estreias em Portugal e primeiras apresentações de obras discográficas. 

A 23.ª edição da Festa do Jazz, promovida pela Sons da Lusofonia tem início com dois dos mais internacionais nomes do jazz português numa estreia em palco: João Barradas e Sara Serpa Quarteto, ambos anteriores vencedores do Encontro Nacional de Escolas (ENE) e dos Prémios RTP / Festa do Jazz

João Barradas é um dos mais criativos acordeonistas da cena europeia, e move-se entre o clássico e a música improvisada, enquanto Sara Serpa, residente em Nova Iorque desde 2008, é mestra no uso da voz como instrumento para a composição de paisagens sonoras sem palavras. 
 
A apresentação de uma proposta inédita por dois dos vencedores do Encontro Nacional de Escolas, passados quase 20 anos de ganharem a cobiçada menção, celebra a construção de comunidade que tem sido sedimentada pela Festa do Jazz e destaca o papel do Encontro Nacional de Escolas na descoberta e lançamento dos melhores músicos de jazz portugueses. 

O segundo dia da Festa do Jazz 2025 inaugura com a actuação da  Jazzopa, oficina de criação colaborativa e de performance para as sonoridades do jazz, hip-hop e spoken word, e projecto de capacitação da Sons da Lusofonia, seguindo-se o primeiro concerto de apresentação de “Troubles” de Mateus Saldanha Quartet, o primeiro disco de composições do guitarrista com influência na tradição e nas raízes do jazz, swing o be-bop, que é acompanhado por Hugo Lobo (piano), Carlos Barreto (contrabaixo) e Gabriel Moraes (bateria). 

À noite, o galardoado compositor francês Robinson Khoury apresenta o seu trio MŸA, que explora ritmos e sons ancestrais inspirados no Mediterrâneo, através de paisagens electroacústicas moldadas pelo seu sintetizador modular. Com raízes no jazz e em escalas das regiões árabes, MŸA gira em torno das vozes sem palavras dos membros da banda. 
 
A fechar a segunda noite do festival, Brian Jackson, nesta sua segunda visita a Portugal, sobe ao Pequeno Auditório do CCB. O multi-instrumentista e parceiro musical do malogrado poeta Gil Scott-Heron — começando como seu braço-direito no lendário Pieces of a Man ou The Revolution Will Not Be Televised — é considerado um dos primeiros progenitores do género musical “conscious music” (música politizada) que se inspira no jazz, no blues e na soul, e que nesta passagem por Lisboa se faz acompanhar por uma banda local constituída por músicos que têm colaborado com a Sons da Lusofonia ao longo dos últimos anos. 

O terceiro e último dia da Festa do Jazz abre com Analogik quarteto fundado em 2023 pelo contrabaixista Zé Almeida, com Mariana Dionísio (voz), Adèle Viret (violoncelo) e Samuel Ber (bateria) que explora a arte do contraponto, da liberdade e da abstracção rítmica, e que imagina universos que são tão facilmente criados como destruídos.  
 
Já as Hilde estreiam-se em Portugal na última tarde do festival, aliando a invenção sonora abstrata à graça tradicional das músicas europeias. Este quarteto alemão usa a improvisação como expressão de liberdade que não exclui nada e permite tudo, e tem como base desta unidade intuitiva uma fiabilidade benevolente raramente vivida nesta inquebrantabilidade. 

A última noite da Festa do Jazz faz-se de talento português: o contrabaixista André Carvalho apresenta pela primeira vez em Lisboa o disco Of Fragility and Impermanence, numa parceria com o Guimarães Jazz, com um quinteto que inclui José Soares (saxofone), Raquel Reis (violoncelo), Samuel Gapp (piano) e João Hasselberg (electrónica), um álbum de sons que habitam os limiares da percepção, carregados de carácter, e que ressoam com a beleza do delicado. 
 
Uma fragilidade sonora que convida à contemplação e à reflexão sobre dicotomias essenciais – silêncio e som, lentidão e urgência, imobilidade e impulso criativo. 
 
A Ensemble Festa do Jazz volta a encerrar a programação do Pequeno Auditório, este ano com a percussionista Sofia Borges aos comandos, que apresentará um novo conjunto de diferentes módulos que podem ser sobrepostos e/ou justapostos e exploram distintas técnicas de representação e notação sonora — desde partituras gráficas e notação tradicional, passando por partituras de instruções verbais.  

Encontro Nacional junta 12 Escolas no CCB 

O Encontro Nacional de Escolas este ano acontece na sala Luís de Freitas Branco, nas tardes de Sábado, 20, e Domingo, 21, entre as 14h00 e as 17h30 e tem como objectivo principal dar a conhecer o trabalho desenvolvido pelas Escolas de Jazz nacionais que se dedicam ao ensino desta expressão musical, através de apresentações ao vivo de combos compostos pelos seus alunos/as.  
 
Na edição de 2025 participam as escolas Art j – Escola Profissional de Artes Performativas da Jobra, Capricho Setubalense, Conservatório Nacional de Lisboa, Conservatório de Música do Porto, Curso Profissional de Instrumentista de Jazz da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra, Escola de Artes da Universidade de Évora, Escola de Jazz do Barreiro, Escola do Hot Clube, Escola Superior de Música de Lisboa, ESMAE – Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo, JAM – Jazz Academy of Music e Universidade Lusíada de Lisboa. 
 
As actuações dos alunos são avaliadas por um júri constituído por especialistas, que votará: o(s) Melhor(es) Combo(s), o/a(s) Melhor(es) Instrumentista(s) e Menções Honrosas. A entrada é livre. 
 
No domingo às 11h00 há ainda a conversa Pontes Sonoras: Perspectivas internacionais sobre o Jazz em Portugal, com a participação de artistas estrangeiros a viver em Portugal e portugueses com carreiras internacionais. 

Conteúdo patrocinado por Associação Sons da Lusofonia.

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Fonte: https://comunidadeculturaearte.com/esta-ai-a-festa-do-jazz-2025-estreias-em-palco-no-pais-e-primeira-oportunidade-para-ouvir-ao-vivo-novas-discografias/