O comércio varejista brasileiro voltou a crescer em outubro e quebrou uma sequência de resultados fracos ao registrar alta de 0,5% na comparação com setembro. O avanço, divulgado nesta quinta-feira pelo IBGE, veio acima das projeções dos analistas, que esperavam estabilidade no mês. Trata-se da primeira alta expressiva do setor desde março, em meio a um ano marcado pela desaceleração econômica.
Segundo o instituto, o varejo acumula crescimento de 1,5% no ano e 1,7% nos últimos 12 meses. Na comparação com outubro de 2024, a expansão foi de 1,1%.
Ambiente econômico ainda pressiona o setor
Apesar da reação em outubro, o desempenho do varejo em 2025 tem sido menos robusto que o observado no ano passado. A economia opera em um ritmo mais lento, influenciada pela política monetária contracionista que reduz o crédito, encarece financiamentos e limita o poder de compra das famílias.
O que vem impedindo quedas mais acentuadas, segundo especialistas, é o mercado de trabalho aquecido, com taxa de desemprego baixa e aumento da renda real, fatores que têm sustentado parte da demanda interna.
Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), destaca que o resultado rompeu o padrão recente de variações discretas. “A alta rompe com o padrão observado, de variações pequenas ou negativas. Foi uma alta espalhada, pois o volume de vendas cresceu em sete dos oito setores investigados pela pesquisa”, afirmou.
Setores que impulsionaram o crescimento
O avanço em outubro foi puxado sobretudo por equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, que cresceram 3,2%. Combustíveis e lubrificantes também tiveram desempenho positivo, com alta de 1,4%. Em seguida aparecem móveis e eletrodomésticos (1,0%), livros, jornais, revistas e papelaria (0,6%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,4%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,3%) e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,1%).
O único recuo entre os grupos analisados foi o de tecidos, vestuário e calçados, que caiu 0,3%.
O comércio varejista ampliado, que inclui as vendas de veículos e material de construção, reforçou o movimento de recuperação e avançou 1,1% na passagem de setembro para outubro. O destaque ficou por conta de veículos, motos, partes e peças, que cresceram 3,0%, enquanto material de construção registrou aumento de 0,6%.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/comercio-varejista-cresce-05-em-outubro-e-supera-projecao-de-economistas/
