20 de setembro de 2024
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Aliados do presidente Lula (PT) indicam que ele deve realizar novas mudanças no governo até o fim do ano, após as eleições municipais de outubro. Uma das mudanças recentes foi o deslocamento do ministro Paulo Pimenta da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência) para o Ministério Extraordinário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, onde ele deve permanecer até fevereiro de 2025.

Petistas expressam incertezas sobre o retorno de Pimenta à Secom e enxergam essa troca como um prenúncio de uma possível reforma ministerial, já que o ministro tem sido alvo de críticas por sua atuação na pasta.

No entanto, a avaliação de três ministros e de uma pessoa próxima ao governo é que Lula irá aguardar os resultados das eleições municipais antes de definir outras alterações. A reorganização ministerial dependerá do resultado das urnas e da correlação de forças que surgirá.

A tendência, segundo o presidente indicou a seus auxiliares, é preparar o governo e o PT para as eleições gerais de 2026.

Um dos nomes cogitados para integrar o governo em uma possível troca de cargos ministeriais é o da deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), que encerra seu mandato na presidência do PT em fevereiro de 2025. Lula expressou o desejo de ter o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), como presidente do partido a partir do próximo ano.

Edinho também é mencionado como uma opção para substituir Pimenta na Secom, mas atualmente a tendência é que ele assuma a presidência do PT. Caso isso ocorra, a entrada de Gleisi no ministério de Lula é vista como certa por membros do partido.

Paulo Pimenta foi deslocado para o novo ministério por sua própria pressão, visando sua candidatura ao governo do Rio Grande do Sul em 2026. Em seu lugar, assumiu interinamente a Secom o jornalista Laércio Portela, que já atuou na pasta nos primeiros mandatos de Lula.

Nos bastidores, Pimenta tem afirmado que pretende implantar projetos para a reconstrução do Rio Grande do Sul em um prazo de quatro a seis meses. Em seguida, espera deixar a coordenação com os ministérios responsáveis por cada medida e então retornar para a Secom.

Além de uma possível troca definitiva na Secom, Lula pode substituir Wellington Dias (Desenvolvimento Social), já que manifestou a aliados sua insatisfação com o ministro. A principal queixa é que as ações do governo não estão sendo percebidas pela população, o que impacta na popularidade de Lula, considerado um problema de comunicação.

Entre os aliados de Lula, Gleisi é cotada para o cargo de Dias ou para a cadeira de Márcio Macêdo, na Secretaria-Geral da Presidência. Macêdo foi criticado publicamente pelo presidente e é alvo de reclamações de petistas, sendo um dos motivos de desgaste a participação de Lula em um ato esvaziado do 1º de Maio em São Paulo.

Outra possibilidade é que Pimenta assuma a Secretaria-Geral da Presidência, com Edinho Silva comandando a Secom. O amigo de Lula, Macêdo, poderia então presidir a Fundação Perseu Abramo, hoje ocupada por Paulo Okamotto, que assumiria a presidência do PT nessa equação.

Aliados de Lula mencionam a ministra do Planejamento, Simone Tebet, como cotada para o Desenvolvimento Social, responsável por programas como o Bolsa Família. Tebet, segundo afirmam, teria maior projeção à frente do Ministério do Desenvolvimento Social em relação ao Planejamento, que iria para Miriam Belchior.

Sílvio Almeida, na pasta de Direitos Humanos, é outro ministro que estaria aquém das expectativas, mas interlocutores do presidente levantam dúvidas sobre sua saída, dada a respeitabilidade conquistada nos movimentos sociais.

A determinação de Lula de evitar eventos oficiais em memória dos 60 anos do golpe militar levou o ministério comandado por Silvio Almeida a cancelar uma solenidade marcada para 1º de abril. Essas apostas para trocas ministeriais devem mudar após as eleições municipais. O tamanho dos partidos também influenciará a sucessão no Congresso, com impacto nos ministérios.

Com informações da Folha de S. Paulo.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/aliados-de-lula-apostam-em-reforma-ministerial-apos-realizacao-das-eleicoes-municipais-deste-ano/