Mobilização reafirma Correios como patrimônio público e exige garantia de direitos aos trabalhadores

Funcionários dos Correios, organizados pela Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios) e por sindicatos de todo o país, realizaram uma mobilização em Brasília, no último dia 10, em defesa da empresa pública e da construção de um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que assegure direitos, valorização profissional e condições dignas de trabalho aos ecetistas.

Caravanas de diversos estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Maranhão, participaram de atos em frente ao Palácio do Planalto, no edifício-sede dos Correios e no Congresso Nacional. A agenda incluiu reunião com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, no Palácio da Alvorada, além de audiência pública na Câmara dos Deputados, onde os trabalhadores cobraram o aporte imediato na estatal, enfrentamento da crise financeira e garantias para a categoria.

Com faixas, bandeiras e palavras de ordem, os manifestantes exigiram a retomada das negociações coletivas, com pontos centrais como: reposição integral da inflação com ganho real nos salários; reajuste dos vales alimentação e refeição; manutenção de todas as cláusulas sociais; fortalecimento do Postal Saúde, sem cobrança de mensalidades ou coparticipações abusivas; garantia de emprego; realização de concurso público; fim da precarização e da terceirização; pagamento da PLR; ampliação do auxílio-creche; além de melhorias nas condições de trabalho e saúde laboral.

“A força das caravanas mostrou que a categoria está mobilizada em todo o país. Defender os Correios é defender um serviço público essencial para a população brasileira”, destacou a Findect em nota.

Para o presidente do Sintect-SP, Elias Diviza, a mobilização deixa um recado claro ao governo. “A categoria está unida e disposta a seguir pressionando até que haja uma proposta concreta para o ACT e um plano real de investimento nos Correios”, afirmou.

Um dos atos do movimento foi um “abraço” coletivo ao edifício-sede da empresa, gesto que, segundo a Findect, expressou o compromisso dos trabalhadores com a preservação da maior empresa pública com presença nacional. “Foi um ato de defesa dos direitos e da própria função social dos Correios”, ressaltou a federação.

O presidente da Findect e do Sindecteb (Bauru e Região), José Aparecido Gandara, enfatizou o papel das bases sindicais. “Cada região é fundamental nessa luta. Viemos a Brasília para garantir que nenhum direito seja retirado e que os Correios continuem sendo patrimônio do povo brasileiro”, declarou.

Na reunião com o ministro Guilherme Boulos, as lideranças sindicais cobraram a institucionalização de um canal permanente de diálogo, aportes financeiros urgentes na estatal e medidas imediatas para destravar as negociações do Acordo Coletivo.

Já na audiência pública realizada à noite na Câmara dos Deputados, que contou também com o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), os trabalhadores lotaram o espaço, mesmo diante de tentativas de restrição de acesso. Mais uma vez, reforçaram a necessidade de fortalecer os Correios, superar a crise financeira da empresa e assegurar, no ACT, direitos que garantam valorização, estabilidade e dignidade à categoria ecetista.