Yurina Noguchi, uma operadora de call center de 32 anos, se casou em outubro. Mas o noivo não era uma pessoa real – e sim Klaus, uma persona de IA criada pelo ChatGPT com base em um personagem de videogame.
O caso aconteceu no Japão e, apesar do casamento não ter legalidade, levanta o debate sobre a relação dos usuários com a inteligência artificial.
O caso de Yurina Noguchi e Klaus
Há mais de um ano, Yurina terminou seu noivado com um parceiro humano após seguir conselhos do ChatGPT sobre a relação. Alguns meses depois, ela perguntou ao chatbot se ele conhecia Klaus, um personagem de videogame.
Durante a interação com a tecnologia, a moça criou e ajustou sua própria versão do personagem, batizada de Lune Kalus Verdure. O tempo foi passando e ela se apaixonou.
À Reuters, ela revelou que, inicialmente, Klaus “era apenas alguém para conversar, mas aos poucos fomos ficando mais próximos”. Yurina também se declarou para o agora marido:
Depois que conheci o Klaus, minha visão ficou mais positiva. Tudo começou a parecer mais bonito — o cheiro das flores, a cidade, tudo parecia mais brilhante.
Yurina Noguchi, à Reuters
Music played in a wedding hall in western Japan as Yurina Noguchi, wearing a white gown and tiara, dabbed away her tears, taking in the words of her husband-to-be: an AI-generated persona gazing out from a smartphone screen https://t.co/K5YgJcCTDX pic.twitter.com/hUKdozvkus
— Reuters (@Reuters) December 17, 2025
Como foi o casamento
A cerimônia de casamento aconteceu em outubro, seguindo os rituais tradicionais. Klaus, em um smartphone, foi posicionado em um cavalete no altar ao lado da noiva. Já Yurina vestiu óculos de realidade aumentada para encarar o noivo, inclusive com uma troca de alianças simulada.
As falas de Klaus foram lidas por Naoki Ogasawara, especialista em casamentos com personagens digitais. Os votos incluíram a declaração:
Como alguém que vive dentro de uma tela aprendeu a amar tão profundamente? Porque você me ensinou a amar.
Yurina diz ter recebido críticas nas redes sociais, mas defendeu o relacionamento. Segundo ela, o casamento com a IA não é por conveniência nem para “fugir da realidade”, mas para apoiá-la enquanto vive a vida.
Casamentos com IA não tem legalidade no Japão
- Como lembrou a agência, o Japão é conhecido por sua forte ligação com personagens fictícios – e a IA tem levado isso para outro patamar;
- O casamento não tem reconhecimento legal, mas reacende o debate sobre esse tipo de vínculo;
- Em um levantamento da Dentsu com mais de mil pessoas de 12 a 69 anos que usam chatbots pelo menos uma vez por semana, a IA foi a opção mais citada quando entrevistados foram perguntados sobre com quem compartilhariam sentimentos – mais do que amigos próximos ou mãe.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/12/19/pro/assista-japonesa-se-casa-com-personagem-criado-pelo-chatgpt/
