O preço do café começou 2025 em forte alta e atingiu, em fevereiro, a maior inflação acumulada em 12 meses desde a criação do real, conforme dados do IPCA. Após esse período, houve desaceleração nos meses seguintes, com variações negativas ao longo de parte do segundo semestre. Para 2026, as projeções indicam tendência de novas quedas, segundo avaliação do economista César Bergo.
Professor de Mercado Financeiro da Universidade de Brasília (UnB), Bergo explica que o comportamento dos preços em 2025 foi influenciado por fatores conjunturais relacionados à oferta e à demanda. “A perspectiva para o mercado de café em 2026 é positiva, mas com preços mais equilibrados, sem grandes oscilações. As condições climáticas melhoraram durante a colheita e a produção, o que deve resultar em maior oferta e estabilidade”, afirmou.
De acordo com o economista, em 2024, adversidades climáticas, como excesso de chuvas e períodos de estiagem, pressionaram os preços, culminando no pico observado no início de 2025.
Bergo também citou a redução dos estoques globais e o aumento do consumo na Ásia, especialmente na China, como fatores que contribuíram para a alta. “Houve crescimento da demanda em um cenário de oferta mais restrita. Além disso, o custo de produção no Brasil segue elevado, devido a pragas como a broca do café e a ferrugem, que exigem mais investimentos, além da falta de mão de obra, que encarece a colheita”, explicou.
Outro elemento de impacto foi a política comercial dos Estados Unidos. “No começo do ano, a imposição de tarifas sobre o café brasileiro gerou instabilidade e especulação no mercado internacional. Com a posterior retirada dessas tarifas, a expectativa é de estímulo às exportações brasileiras para o mercado norte-americano”, disse.
O diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Antonio Matos, ressaltou que a safra de 2025 ficou abaixo da de 2024, especialmente no café arábico. “A colheita encerrada em agosto apresentou grãos menores e menos densos, resultando em uma redução de 21% nas exportações entre janeiro e novembro”, afirmou. Segundo ele, a retração influenciou os preços médios da saca, que alcançaram 387, valor cerca de 56% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior.
Matos destacou ainda que as estimativas para a safra de 2026 são mais favoráveis. “As projeções climáticas indicam uma produção maior do que a de 2025, próxima aos níveis de 2024. Essa expectativa, aliada às chuvas nas áreas produtoras, já tem pressionado as cotações para baixo, embora os preços continuem atrativos para o produtor”, concluiu.
*Fonte: Agência Brasil
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/12/mercado-de-cafe-projeta-safra-maior-e-precos-mais-equilibrados-em-2026/
