26 de dezembro de 2025
Salário mínimo de R$ 1.621 deve movimentar R$ 81,7 bilhões
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O novo salário mínimo, fixado em R$ 1.621, tem vigência prevista a partir de 1º de janeiro e começará a ser pago em fevereiro. De acordo com estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o reajuste deve injetar cerca de R$ 81,7 bilhões na economia brasileira, considerando os efeitos sobre renda, consumo e arrecadação, mesmo em um cenário de maior restrição fiscal.

Segundo o Dieese, aproximadamente 61,9 milhões de pessoas terão rendimentos diretamente impactados pelo novo piso nacional. Desse total, 29,3 milhões são aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Outros 17,7 milhões são trabalhadores com carteira assinada, 10,7 milhões atuam como autônomos, 3,9 milhões são empregados domésticos e cerca de 383 mil são empregadores.

O valor representa um reajuste nominal de 6,79% em comparação ao salário mínimo atual, percentual definido a partir das regras da política permanente de valorização do piso salarial.

Impacto nas contas públicas

O aumento do salário mínimo também gera reflexos diretos sobre benefícios e despesas vinculadas ao piso nacional, com efeitos relevantes no orçamento federal. Conforme o Dieese, os principais impactos estimados são:

acréscimo de R$ 39,1 bilhões nas despesas da Previdência Social em 2026;

custo adicional de aproximadamente R$ 380,5 milhões para cada R$ 1 de aumento no salário mínimo;

46% dos gastos previdenciários diretamente afetados pelo reajuste;

70,8% dos beneficiários da Previdência com rendimentos atrelados ao mínimo.

Nesse contexto, o governo terá como principal desafio conciliar os efeitos positivos do reajuste sobre a renda da população com a necessidade de controlar despesas obrigatórias, em meio à busca pelo cumprimento das metas fiscais.

Como foi definido o reajuste

O cálculo do novo salário mínimo segue a Lei nº 14.663, de agosto de 2023, que estabelece a correção anual com base em dois indicadores: a variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do ano anterior e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.

Para 2026, no entanto, a regra sofre limitações impostas pelo novo arcabouço fiscal, previsto na Lei Complementar nº 200/2023, que estabelece um teto para o crescimento real das despesas da União.

Assim, o reajuste considerou integralmente a inflação medida pelo INPC, de 4,18% no acumulado de dezembro do ano passado a novembro deste ano. Já o crescimento do PIB, de 3,4%, foi limitado a 2,5%, percentual máximo permitido pelo novo regime fiscal. A soma desses fatores resultou em um aumento nominal de R$ 103 no salário mínimo.

*Fonte: Agência Brasil

Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/12/salario-minimo-de-r-1-621-deve-movimentar-r-817-bilhoes-na-economia-em-2026/