Cidades do petróleo lideram ranking de PIB per capita no Brasil e estado do Rio se destaca; veja lista

Municípios cuja economia é fortemente influenciada pela cadeia produtiva do petróleo concentraram os maiores níveis de PIB per capita do Brasil em 2023. É o que mostram os dados divulgados nesta sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base na pesquisa sobre o Produto Interno Bruto dos municípios.

O PIB per capita é obtido pela divisão do PIB total pelo número de habitantes de cada localidade. Na prática, o indicador estima quanto da riqueza produzida caberia a cada morador, caso a renda fosse distribuída de forma igualitária. O próprio IBGE ressalta, no entanto, que o dado não reflete a desigualdade real de renda existente no país.

Saquarema mantém liderança nacional

Segundo o IBGE, Saquarema, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, liderou o ranking nacional de PIB per capita em 2023, repetindo a posição ocupada no ano anterior. O município registrou um PIB per capita de R$ 722,4 mil por habitante, valor muito superior à média nacional, que ficou em R$ 53,9 mil.

Com cerca de 89,6 mil habitantes, Saquarema tem sua economia fortemente estimulada pela arrecadação de royalties do petróleo, que são compensações financeiras pagas pelas empresas produtoras pela exploração dos recursos naturais.

Apesar da liderança, o indicador apresentou queda em relação a 2022, quando o PIB per capita do município havia alcançado R$ 842 mil. A redução foi de 14,2% em um ano.

Maricá e São Francisco do Conde no topo

Na sequência do ranking aparecem São Francisco do Conde, na Bahia, com PIB per capita de R$ 684,3 mil, e Maricá, no Rio de Janeiro, com R$ 679,7 mil por habitante. Paulínia, em São Paulo, Presidente Kennedy, no Espírito Santo, e Ilhabela, também em São Paulo, completam as seis primeiras posições.

De acordo com o IBGE, todos esses municípios têm economias diretamente ligadas à extração ou ao refino de petróleo, o que explica os elevados níveis de riqueza média produzida.

Novos campos ajudaram a mitigar queda de preços

O analista da pesquisa do IBGE Luiz Antonio do Nascimento de Sá explicou que o desempenho dessas cidades reflete, em parte, a entrada em operação de novos campos de exploração ao longo de 2023.

Segundo ele, esse movimento ajudou a mitigar os efeitos de um “cenário desfavorável” nos preços internacionais do petróleo naquele período, permitindo que municípios dependentes da atividade mantivessem posições de destaque no ranking.

Agronegócio e logística também aparecem

A sétima posição do ranking ficou com Santa Rita do Trivelato, em Mato Grosso, cuja economia é fortemente impactada pela produção agrícola. O município se destaca apesar de ter uma população bastante reduzida, de apenas 3.276 habitantes.

Louveira, em São Paulo, São João da Barra, no Rio de Janeiro, e Extrema, em Minas Gerais, fecharam a lista dos dez maiores PIBs per capita de 2023.

O IBGE aponta que São João da Barra também sofre forte influência da atividade petrolífera. Já Louveira e Extrema se destacam pela presença da indústria de transformação e do comércio. No caso de Extrema, o município mineiro vem se consolidando como um polo logístico para empresas ligadas ao comércio eletrônico.

Entre os dez municípios com maior PIB per capita, Maricá tinha a maior população, com 197,3 mil habitantes.

Extremos de desigualdade no país

No outro extremo do ranking, o IBGE apontou que o município de Manari, em Pernambuco, registrou o menor PIB per capita do Brasil em 2023, com R$ 7.201 por habitante.

Ainda segundo o instituto, quatro dos cinco menores indicadores estavam concentrados no Maranhão. Foram os casos de Nina Rodrigues, com R$ 7.701, Matões do Norte, com R$ 7.722, Cajapió, com R$ 8.079, e São João Batista, com R$ 8.246.

Municípios com maiores níveis de PIB per capita no Brasil:

Fonte: IBGE