21 de setembro de 2024
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O ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) defendeu na última sexta-feira que o presidente Lula (PT) não busque a reeleição em 2026 e que, em vez disso, atue como “cabo eleitoral” da ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB). Segundo Wyllys, já passou da hora do PT deixar o protagonismo. As declarações foram feitas em entrevista ao podcast ‘Futeboteco’.

— Eu acho que Lula não deveria se candidatar em 2026. Já deu. A figura dele já não tem mais a força. Acho que Lula pode ser cabo eleitoral, mas também não precisa ser o Haddad, que não tem essa popularidade — comentou Wyllys.

Em seguida, o ex-parlamentar sugeriu o nome de Tebet. Em sua avaliação, a ex-senadora deveria concorrer à presidência com o ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, como vice-presidente.

— Acho que é hora do PT sair desse protagonismo e ir para a retaguarda, apostando no nome de Simone Tebet como candidata principal e colocando Sílvio Almeida como vice. Simone Tebet tem um diálogo com a centro-direita, com as classes dominantes. Ela é ruralista, mas também é uma mulher. O PT estará com ela e tem Sílvio, que representa a luta contra o racismo — afirmou.

Nas eleições de 2022, Tebet concorreu à Presidência e ficou em terceiro lugar, com 4,16% dos votos. No segundo turno, declarou apoio a Lula. Após a vitória do petista, integrou a equipe de transição de governo e, desde a posse, está à frente do Ministério do Planejamento.

Apesar das declarações, Jean Wyllys reconheceu que este cenário pode não se concretizar, uma vez que o PT tem o costume de lançar uma candidatura própria nas eleições majoritárias. Ele também citou a “vaidade” de Lula como um fator complicador.

Durante o podcast, Wyllys criticou a gestão presidencial, caracterizando-a como um governo de centro-direita. Nesse contexto, elogiou os ministros Anielle Franco (Igualdade Racial), Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e Silvio Almeida (Direitos Humanos), mas afirmou que eles não possuem expressão política significativa.

— Ele construiu uma frente ampla e, para manter a paz, não quer problemas. As pessoas que representam a agenda do século XXI são meramente simbólicas. Elas não participam da política real e não têm força dentro do próprio governo: Anielle Franco, Sonia Guajajara, Silvio Almeida.

Apesar das críticas, Wyllys reconheceu que um governo de centro-direita é um avanço em relação à gestão anterior do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que ele considera ser de extrema-direita.

Com informações de O Globo.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/ex-deputado-jean-wyllys-defende-que-lula-nao-concorra-a-reeleicao-e-apoie-candidatura-de-simone-tebet-em-2026/