O presidente da Frente Parlamentar Mista da Tecnologia e Atividades Nucleares, deputado Júlio Lopes (PP-RJ), e representantes do setor nuclear brasileiro reuniram-se com ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, na tarde desta terça-feira (28), em Brasília, para discutir antigas necessidades do setor.
Na ocasião, Dweck comprometeu a convocar uma reunião com o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com a Caixa Econômica Federal para alinhar as demandas da área, como reestruturação e investimentos.
A construção de um acordo com o governo federal para incluir as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) no programa de reestruturação de estatais para a melhoria da governança, as estratégias para secutirização do urânio e o destravamento do processo da usina nuclear de Angra III também estavam na pauta. Estima-se que Angra III tem custo estimado em R$ 20 bilhões.
O presidente da Frente Parlamentar Mista da Tecnologia e Atividades Nucleares, deputado Júlio Lopes, fez uma exposição sobre a realidade do setor, falou sobre a proposta de impulsionar a área com uma estratégia de securitização que ajudaria a financiar o desenvolvimento do reator, do submarino, terminar Angra III, além de construir pequenos reatores modulares. “Temos que saber como será feita essa secutirização. Posso garantir que o mundo inteiro está fazendo. todos os países e todos os dias”.
Para Lopes, o governo precisa reestruturar a INB para que ela faça a securitização. “É fundamental ter um programa de securitização com base na exportação de aproximadamente U$ 7 bilhões em 10 anos. E o preço do urânio só faz aumentar. A securitização do urânio garantirá praticamente o financiamento do programa nuclear brasileiro e o futuro do setor. É importante lembrar que a mina de Santa Quitéria, no Ceará vai gerar aproximadamente US$ 2 bilhões anuais em royalties”, explicou.
Sobre Angra III, Lopes citou o exemplo de Olkiluoto, na Finlândia. “Temos que construir uma usina e fazer como os finlandeses fizeram: uma usina irmã gêmea da nossa, que usa a mesma tecnologia, tem os mesmos fabricantes, o mesmo projeto, tudo igual. Essa usina estava parada lá há 18 anos. Eles pegaram em 2020 e em três anos botaram para funcionar. Essa usina hoje responde a 14% de toda a energia da humanidade. É a maior da Europa e o maior do mundo. Então, é só copiar”, desabafou.
Raul Lycurgo Leite, diretor-presidente da Eletronuclear, disse que é preciso tomar ações imediatas para tornar a obra de Angra 3 efetiva. O BNDES deve concluir o estudo de modulação até o final de julho. Vamos tirar Angra III do papel para que de uma vez por todas esse projeto deslanche e em 2030 a obra seja entregue”, desabafou.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/apos-reuniao-com-julio-lopes-ministra-promete-encontro-pra-alinhar-demandas-do-setor-nuclear/