22 de setembro de 2024
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O deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA) se reuniu na semana passada em Brasília com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), buscando apoio na sucessão de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara dos Deputados. Segundo relatos de interlocutores dos dois políticos, ainda não houve acordo sobre um eventual apoio, mas o encontro sinaliza a possibilidade de construção de uma aliança até a eleição da Mesa Diretora, prevista para fevereiro de 2025.

Essa reunião ocorre em um momento em que o presidente Lula (PT) enfrenta desgaste de popularidade e derrotas no Congresso Nacional, com destaque para a atuação de parlamentares de direita.

Em recente sessão do Congresso, os parlamentares derrubaram o veto de Lula a um trecho da lei que acaba com as saídas temporárias de presos e mantiveram o veto de Bolsonaro que barrava a tipificação do crime de “comunicação enganosa em massa”.

Além disso, a oposição conseguiu apoio da maioria dos partidos de centro e de direita para manter na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) diretrizes alinhadas à agenda de costumes do bolsonarismo.

Deputados que se apresentam como pré-candidatos para a presidência da Câmara buscam o apoio do PL, que possui a maior bancada, com 95 deputados. Uma sinalização de apoio de Bolsonaro poderia atrair parlamentares bolsonaristas de outras bancadas de direita e centro-direita.

Aliados do ex-presidente afirmam que o processo de sucessão terá o protagonismo de Lira e que tanto Bolsonaro quanto o PL deverão apoiar o nome indicado por Lira, caso o partido não apresente um candidato próprio.

Lira declarou publicamente que gostaria de contar com o apoio tanto do PL quanto do PT em torno do deputado que escolher como sucessor e que deverá tomar uma decisão em agosto. Em busca de apoio do governo federal, Lira ofereceu a Lula o poder de veto a candidatos.

Além de Elmar Nascimento, que é líder da União Brasil na Câmara, outros candidatos na disputa são: o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP); os líderes do PSD, Antonio Brito (BA); e do MDB, Isnaldo Bulhões Jr. (AL). Elmar é considerado o aliado mais próximo de Lira, mas há dúvidas sobre a viabilidade de sua candidatura.

Elmar Nascimento é visto como um possível receptor de apoio de Bolsonaro. Caso seja eleito, ele deve manter uma postura alinhada às pautas da direita, semelhante à de Lira.

Seu relacionamento com o governo Lula é complicado, especialmente porque ele é rival do PT na Bahia, o que levou ao veto de seu nome para ocupar um ministério no governo Lula.

Marcos Pereira enfrenta resistência de deputados bolsonaristas devido ao seu apoio a matérias relacionadas ao combate às fake news e à regulação da inteligência artificial, que mobilizam a base bolsonarista contra essas pautas. Apesar disso, ele foi elogiado pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.

Antonio Brito é alinhado ao governo Lula, mas tem a simpatia de Bolsonaro e é bem relacionado com parlamentares e líderes da direita. No entanto, sua proximidade com Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD e desafeto de Bolsonaro, é um ponto negativo.

Isnaldo Bulhões Jr. não tem contato com Bolsonaro, mas é considerado um parlamentar que transita bem entre diferentes bancadas. Contudo, sua ligação com Renan Calheiros, adversário de Lira em Alagoas, é vista como um obstáculo.

Enquanto a sucessão de Arthur Lira na presidência da Câmara dos Deputados se aproxima, os candidatos buscam alianças estratégicas e apoios cruciais, com Jair Bolsonaro e o PL desempenhando papéis centrais neste processo. A decisão final sobre os candidatos e os apoios dependerá de negociações complexas e do equilíbrio de interesses políticos até fevereiro de 2025.

Com informações da Folha de S. Paulo.  

Fonte: https://agendadopoder.com.br/elmar-nascimento-busca-bolsonaro-como-apoio-para-sucessao-de-lira-a-presidencia-da-camara-dos-deputados/