O presidente Luiz Inácio Lula da Silva instruiu nesta segunda-feira (3) os líderes do governo a exigirem dos ministros de partidos do centrão apoio nos votos para os projetos em tramitação no Congresso. Esse foi um dos tópicos discutidos na reunião com o núcleo de articulação política do governo, realizada depois de uma série de derrotas em votações no Legislativo na semana passada.
A estratégia envolve José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, e Jaques Wagner (PT-BA), líder no Senado, juntamente com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Eles irão trabalhar junto com representantes de partidos como PP, União Brasil, Republicanos, PSD e MDB na Esplanada. O objetivo é mapear antecipadamente quantos votos os ministros dessas legendas garantem em cada votação.
Lula também pediu que a articulação política não hesitasse em acioná-lo quando necessário, para que ele possa conversar diretamente com os ministros da base aliada.
Após as derrotas no Congresso na semana passada, Lula decidiu realizar reuniões semanais às segundas-feiras com o núcleo político do governo para discutir os temas na pauta do Legislativo.
Na semana passada, assim como em outras votações de interesse do Palácio do Planalto, Lula foi contrariado pelo apoio de parlamentares de partidos com representação na Esplanada dos Ministérios. No caso das “saidinhas”, 314 deputados votaram para anular o veto do presidente, enquanto 126 votaram para mantê-lo. Do total de votos pela derrubada, metade foi de partidos da aliança petista. Entre os senadores, o placar foi de 52 a 11 contra o veto, quando eram necessários 257 votos na Câmara e 41 no Senado para derrubar a decisão presidencial.
Em relação aos vetos feitos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro que impediram a criminalização das fake news eleitorais, a situação foi semelhante: dos 317 votos a favor da manutenção do veto, 193 (61%) vieram de partidos com ministros. No União Brasil, que indicou três auxiliares diretos de Lula, houve 51 votos contra o governo e apenas um a favor.
Lula também orientou que as críticas ao governo fossem feitas nas reuniões internas e pediu que não houvesse exposição de desentendimentos entre auxiliares na imprensa.
O presidente indicou que nos próximos encontros quer a presença do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ambos estão em viagens internacionais nesta semana: Costa foi para a China e Haddad para Roma.
Durante a conversa, Lula pediu mais empenho, especialmente dos ministros petistas, na defesa do governo. Solicitou que ocupassem mais espaços para falar das ações governamentais, seja na mídia ou em eventos públicos.
Com informações de O Globo.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/lula-enquadra-ministros-e-lideres-do-governo-para-exigirem-votos-do-centrao-nas-votacoes-de-projetos-de-interesse/