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Especialista faz alertas importantes sobre o uso indiscriminado do medicamento
Destaque nas últimas semanas, o remédio Ozempic e substâncias semelhantes têm sido bastante mencionados em notícias que falam sobre o rápido emagrecimento de famosos. A rapidez do resultado não foi somente uma das questões perceptíveis, outro fator abordado foi a clara desproporcionalidade da cabeça em relação ao pescoço, criando assim a expressão “cabeça de Ozempic”, referência a um suposto efeito colateral causado pelo uso do remédio.
O Ozempic é um medicamento indicado para o tratamento da diabetes tipo 2 não controlada, em pessoas maiores de 18 anos. Seu principal componente é a substância semaglutida, responsável por imitar a ação do GLTP-1, o hormônio produzido no intestino que sinaliza ao cérebro quando estamos alimentados, induzindo a saciedade. Por conta disso, o remédio acabou sendo adotado por pacientes que desejam perder peso.
O médico endocrinologista cooperado da Unimed, André Gonçalves – CRM PI 3655 – (foto), destaca que a bula do Ozempic descreve tratamento de diabete, não tendo indicação para tratar a obesidade. “Existem outras medicações semelhantes que tem tratamento específico para obesidade, no caso, ele foi desenvolvido para diabetes, mas como os pacientes emagrecem bem e eles não têm, em geral, os efeitos esperados em remédio para diabete que seria uma queda importante da glicose de uma hipoglicemia, acaba que o seu uso foi popularizado para tratamento também de obesidade muitas vezes sem a indicação da bula”, relata.
Em vista disso, o especialista aborda sobre o uso indiscriminado do medicamento, que pode facilmente ser adquirido nas farmácias por não ser necessário a apresentação de receita médica no ato da compra e, por conta disso, o uso em dosagem incorreta. “Influenciadores que não são médicos, às vezes, não sabem a fisiologia daquela droga, não sabem as particularidades que cada paciente tem. A forma como a blogueira A ou B usa nem sempre é a forma que o paciente deve usar e esses acabam tendo um mal-estar ou alguma surpresa mais séria, e muitas vezes acabam demonizando as medicações por conta do uso indiscriminado de forma inadequada”, defende.
Ele cita que a sibutramina, medicação muito consumida alguns anos atrás, chegou a ser suspensa do mercado porque alguns pacientes tinham um maior risco de ter doença cardiovascular. E que embora o Ozempic seja uma medicação mais segura, não é possível afirmar que todos terão problemas, assim corre o risco de, no futuro, a medicação ser demonizada porque foi usada de forma inadequada.
Outro ponto de preocupação é o chamado “Efeito Sanfona”. O médico explica que quando os pacientes interrompem o uso do Ozempic, há uma tendência do corpo de recuperar rapidamente o peso perdido, devido à redução do gasto calórico basal e ao aumento da fome. Esse ciclo de perda e ganho de peso pode prejudicar a saúde a longo prazo.
Para pacientes com obesidade mórbida ou outras condições associadas, como diabete tipo 2 e doenças cardiovasculares, o tratamento com Ozempic e outras medicações da mesma classe pode ser benéfico. No entanto, o endócrino enfatiza a necessidade de acompanhamento médico contínuo e um plano de reeducação alimentar e atividade física para garantir resultados sustentáveis e a saúde geral do paciente.
Saiba mais sobre Ozempic no Youtube da Unimed Teresina: https://www.youtube.com/watch?v=jHLfp382QtQ&t=6s