Até a manhã desta quinta-feira (13), 234 imigrantes seguem retirados na área de acesso restrito do Aeroporto Internacional de São Paulo, na cidade de Guarulhos (SP), segundo a Polícia Federal (PF). No começo desta semana, quase 400 pessoas estavam no local.
A maioria das pessoas são homens — apenas 18 são mulheres —, originária do sudeste asiático e do continente africano e manifestaram a intenção de solicitar refúgio no Brasil. Os migrantes permanecem na área de imigração do terminal à espera de providências para poderem formalizar o pedido de refúgio no Brasil.
A situação se agravou com o crescimento do fluxo de imigrantes no aeroporto e falhas técnicos na Sistema Nacional de Processamento de Pedidos de Refúgio (Sisconare), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), de acordo com Murillo Martins, defensor público Federal em Guarulhos (RS), em entrevista à CNN.
O aumento na demanda e o sistema com instabilidade levou à lentidão na concessão dos pedidos de refúgio. Cerca de 50 pessoas chegaram em um único voo. A pasta informa que trabalha na solução dos problemas que ocorrem devido às atualizações e melhorias realizadas em outros sistemas eletrônicos.
Nas imagens cedidas à CNN, é possível ver pessoas dormindo em bancos e no chão. Assentos e correntes de segurança são usadas de varal pelos imigrantes.
Em nota, a GRU Airport, concessionária responsável pelo aeroporto, informou que colabora com as autoridades competentes sobre o tema.
Uma reunião emergencial aconteceu nesta quinta-feira (13) entre MPF, Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), da PF, Agência da ONU para Refugiados (Acnur) e representantes da GRU Airport e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A agência das Nações Unidas para os refugiados divulgou na quinta-feira (13) um relatório dizendo que o número de pessoas deslocadas à força atingiu um recorde de 117,3 milhões no final do ano passado, e alertou que este número poderia aumentar ainda mais se não ocorressem grandes mudanças políticas globais.
Afegãos no aeroporto de Guarulhos
Em dezembro do ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça que determinasse o repasse imediato de R$ 10 milhões da União à prefeitura de Guarulhos (SP) para o custeio de medidas que proporcionem o acolhimento aos 200 afegãos acampados no aeroporto.
O procurador da República Guilherme Rocha Göpfert, responsável pela ação, alegou que os imigrantes estariam desembarcando no território nacional sem qualquer amparo estatal, “permanecendo acampados no Aeroporto Internacional de São Paulo em Guarulhos por semanas, sem condições adequadas de higiene, acesso a banho diário, muitos com fome e sede, outros doentes sem tratamento e todos com imensa dificuldade de comunicação e compreensão das abordagens, algumas até perigosas, que recebem diariamente”, disse.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/mais-de-200-imigrantes-seguem-retidos-no-aeroporto-de-guarulhos/