25 de novembro de 2024
Inflação foi de 3,2% em 12 meses, segundo o IPEA
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A inflação subiu em maio, mas ainda está sob controle no acumulado de 12 meses.

Segundo o indicador Ipea, a inflação acumulada em 12 meses ficou em 3,2% para o segmento mais pobre da população, classificado como renda muito baixa.

Este segmento aufere renda familiar mensal de até R$ 2.105 e representa o grupo mais numeroso e mais vulnerável às oscilações de preço de produtos e serviços.

Em maio do ano passado, esse indicador estava em 4,17% para a mesma faixa.

O problema inflacionário mesmo ocorreu em 2021 e 2022, quando a inflação chegou a 8,9% e 12%, nos meses de maio de 2021 e maio de 2022, respectivamente.


Considerando a inflação mensal, todavia, o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda apontou uma aceleração da inflação para todas as faixas de renda em maio na comparação com o mês anterior. O segmento que teve uma alta mais significativa foi o de renda alta, que após registrar uma taxa de 0,20% em abril, registrou taxa de inflação de 0,46% em maio. Já para as famílias com renda muito baixa, o resultado passou de 0,41% para 0,48% entre abril e maio.

Enquanto as famílias de renda alta foram impactadas pelos reajustes das passagens aéreas e dos transportes por aplicativo, a inflação das famílias de renda muito baixa foi impactada pelo aumento nos preços dos alimentos no domicílio, dos artigos de higiene pessoal e, ainda, pela alta nas tarifas de água, esgoto e energia elétrica.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (14/6) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e indicam que, mesmo diante de uma maior pressão inflacionária ao longo de 2024, explicada pelos efeitos climáticos sobre os alimentos no domicílio, no acumulado em 12 meses as famílias de renda muito baixa ainda seguem apresentando a menor taxa de inflação (3,20%), enquanto a faixa de renda alta aponta a taxa mais elevada (4,84%), conforme a tabela abaixo:

Os grupos alimentação e bebidas, habitação e saúde e cuidados pessoais se constituíram nos principais focos de pressão inflacionária para praticamente todas as classes de renda. Para alimentos e bebidas, mesmo com as deflações registradas para cereais (-0,15%) e carnes (-0,04%), os reajustes dos tubérculos (6,3%) e dos leites e derivados (2,0%), entre outros, explicam a alta dos preços dos alimentos no domicílio em maio.

Já em relação ao grupo habitação, os aumentos das tarifas de água e esgoto (1,6%) e de energia elétrica (0,94%) e a alta de 1,0% no preço do gás de botijão foram os principais focos inflacionários do período. Enquanto isso, o grupo saúde e cuidados pessoais foi impactado pelos reajustes dos reajustes dos produtos de higiene pessoal (2,8%) e dos planos de saúde (0,76%).

O grupo transportes, por sua vez, exerceu uma pressão sobre a inflação para as famílias de renda alta, em maio, repercutindo os aumentos das passagens aéreas (5,9%) e dos transportes por aplicativo (1,8%).

Na comparação com maio de 2023, embora se verifique avanço da inflação para todas as classes de renda, este foi ainda mais intenso para o segmento de renda alta, tendo em vista que a alta de 0,46%, observada em maio de 2024, contrasta fortemente com a deflação de 0,08% registrada no mesmo período do ano anterior.

Já os dados acumulados em doze meses revelam que todas as classes de renda apresentaram aceleração da sua curva de inflação. Em termos absolutos, o segmento de renda baixa é o que apresenta a menor taxa de inflação (3,2%), enquanto a faixa de renda alta é a que aponta a maior taxa de inflação no período analisado (4,8%).

Fonte: https://www.ocafezinho.com/2024/06/14/inflacao-foi-de-32-em-12-meses-segundo-o-ipea/