Presidida por parlamentar bolsonarista, a sessão convocada para debater nesta segunda-feira (17) a proibição de abortos após 20 semanas de gestação teve participantes de apenas um lado da questão – todos a favor de proibir a assistolia fetal. Esse método é aconselhado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para interrupções de gravidez nesse estágio.
A sessão, presidida pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE), incluiu uma performance teatral que buscou gerar comoção entre os presentes.
Nyedja Gennari, contadora de histórias, encenou um dramático monólogo após Girão solicitar um minuto de silêncio “em respeito às mulheres e aos bebês indefesos do aborto”. Durante a interpretação, Gennari exclamou: “Não! Não acredito! Essa injeção, essa agulha! Quero continuar vivo. Vai doer muito. Por Deus, eu imploro!”.
Ao final da encenação, que durou quase cinco minutos, ela declarou: “Essa história, embora trágica, dolorosa, é um chamado para reflexão, para que todos compreendam a seriedade e as consequências do aborto”.
A assistolia fetal consiste na aplicação de substâncias para interromper os batimentos cardíacos do feto antes de sua retirada. Em 2023, o Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu essa prática no Brasil, mas a decisão foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em maio.
O debate no Senado ocorre em meio à tramitação do “PL do Estuprador” na Câmara dos Deputados. O projeto de lei propõe aplicar a pena de homicídio simples a mulheres que realizarem o aborto após a 22ª semana de gestação.
Com informações do g1
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