A senadora e ex-presidenciável Soraya Thronicke (Podemos-MS) viralizou nas redes por sua fala na tribuna do Senado nesta terça-feira. A parlamentar defendeu que a contadora de histórias e atriz Nyedja Gennari, que interpretou um feto sendo abortado no dia anterior, em uma audiência pública promovida pela oposição, encene um estupro.
— Eu queria até o telefone, o contato, daquela senhora que esteve aqui ontem, encenando aquilo que nós vimos. Sabe por quê? Porque eu quero ver ela encenando a filha, a neta, a mãe, a avó, a esposa de um parlamentar sendo estuprada — desafiou.
Soraya Thronicke desafia contadora de histórias a encenar estupro no plenário
Thronicke ainda questionou se o caso o estupro ocorresse com a filha de um parlamentar, com 10 ou 20 anos, ou com a esposa, e o político denunciaria a familiar para a cadeia. Ainda em seu discurso, a senadora lembrou que o SUS “banca vasectomia para quem quiser fazer”, e que ninguém “delibera sobre o corpo dos homens”.
A sessão para debater a assistolia fetal, o aborto que já é previsto em lei, ficou marcada pela defesa do projeto em debate na Câmara que equipara o aborto após a 22ª semana ao crime de homicídio e pela predominância de especialistas contra o procedimento.
A discussão no Plenário foi realizada em atendimento a um requerimento do senador Eduardo Girão (Novo-CE), que presidiu a sessão. Na segunda-feira, apenas parlamentares de oposição marcaram presença, como Marcos Rogério (PL-RO) e Damares Alves (Republicanos-DF), além dos deputados Bia Kicis (PL-DF), Jorge Seif (PL-SC), Chris Tonietto (PL-RJ) e General Girão (PL-RN).
Antes, Nyedja Gennari realizou uma performance interpretando um feto sendo abortado em frente à tribuna:
— Não! Não acredito, essa injeção, essa agulha não! Quero continuar vivo! Não façam isso! — gritava a contadora de histórias.
Atualmente contadora de histórias, Nyedja Gennari, de 48 anos, trabalhou no Senado entre 2019 e maio de 2023 no gabinete do senador bolsonarista Izalci Lucas (PL). Seu cargo na Casa era de auxiliar parlamentar sênior, cuja remuneração bruta era de R$ 7,1 mil.
Professora de formação, antes do Senado, Gennari deu aulas na rede estadual do Distrito Federal para estudantes do ensino fundamental, entre a primeira e a quarta série.
Após a sessão desta segunda-feira, ela gravou um vídeo afirmando que sua apresentação tinha relação com a assistolia fetal, procedimento médico que consiste na injeção de produtos químicos para colocar fim à gestação.
— Em nenhum momento minha apresentação estava associada a esse PL do aborto. Em nenhum momento minha história foi para agredir uma mulher — disse Nyedja no vídeo.
Com informações do GLOBO.
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