Conforme noticiado pelo Olhar Digital, nesta sexta-feira (21), tem início a lua cheia de junho, mais precisamente às 22h07 (pelo horário de Brasília). Particularmente este mês, ela é chamada de “Lua de Morango” – entenda a nomenclatura aqui.
Desta vez, a “Lua de Morango” se forma enquanto o satélite natural da Terra está a caminho do ponto mais distante do Sol em sua órbita atual – chamado de afélio.
De acordo com o guia de observação astronômica InTheSky.org, a Lua atinge o afélio às 4h55 da manhã (pelo horário de Brasília), de sábado (22), quando estará a 1,0188 unidades astronômicas (UA) da nossa estrela hospedeira – algo em torno de 152,8 milhões de km.
Nesse momento, a Terra estará entre a Lua e o Sol, a uma distância de 1,0163 UA do astro (aproximadamente 152,4 milhões de km). Sobre o posicionamento no céu, enquanto a Lua estará na constelação de Sagitário, o Sol estará na de Gêmeos.
Lua atinge o afélio depois de ocultar Antares
Algumas horas antes de se tornar a “de Morango” e de chegar ao afélio, a Lua “eclipsou” Antares, em um movimento chamado de ocultação lunar.
Na quinta-feira (20), entre 6h10 e 10h15 (pelo horário de Brasília), a Lua, iniciando a fase cheia, passou na frente de Antares (Alpha Scorpii), uma estrela supergigante de classe M com cerca de 883 vezes o raio do Sol localizada a 600 anos-luz da Terra.
Sobre a supergigante Antares:
- Antares é uma estrela supergigante vermelha de classe M, que fica no coração da constelação de Escorpião;
- É a 16ª estrela mais brilhante do céu noturno (embora às vezes seja considerada a 15ª, se os dois componentes mais brilhantes do sistema estelar quádruplo Capella forem contados como uma estrela);
- Junto com Aldebaran, Spica, e Regulus, Antares é uma das quatro estrelas mais brilhantes próximas da eclíptica;
- Tem entre 15 e 18 massas solares e cerca de 883 vezes o raio do Sol;
- Esse tamanho todo, combinado a uma massa relativamente baixa, dá a Antares uma densidade muito pequena;
- Se Antares fosse colocada no centro do Sistema Solar, a parte mais externa da estrela se encontraria entre a órbita de Marte e Júpiter.
- É uma estrela de variabilidade lenta, com uma magnitude aparente de +1,09.
Antares significa ‘o antagonista de Áries’, que é o deus da guerra na mitologia grega, sendo o deus Marte, para os romanos. Então, o nome Antares é uma referência ao brilho avermelhado da estrela que antagoniza com o brilho de Marte.
Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital.
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Ocultações lunares só são visíveis de uma pequena fração da superfície da Terra. Como a Lua está muito mais perto do nosso planeta do que outros objetos celestes, sua posição no céu difere dependendo da localização exata do observador na Terra devido à sua grande paralaxe (diferença na posição aparente de um objeto em relação a um plano de fundo, tal como visto por observadores em locais distintos ou por um observador em movimento).
A posição da Lua vista de dois pontos em lados opostos da Terra pode variar em até dois graus, ou quatro vezes o diâmetro da lua cheia.
Isso significa que se a Lua estiver alinhada para passar na frente de um objeto específico para um observador posicionado em um lado da Terra, ela aparecerá até dois graus de distância desse objeto do outro lado do globo.
No mapa acima, contornos distintos mostram onde o desaparecimento de Antares poderia ser visível (em vermelho) e onde seria possível testemunhar seu reaparecimento (em azul). Os riscos sólidos exibem onde a ocultação provavelmente foi visível através de binóculos a uma altitude razoável no céu. Os contornos pontilhados, por sua vez, indicam onde o evento ocorreu acima do horizonte, mas não pôde não ser visível devido ao céu estar muito claro ou a Lua muito perto do horizonte.
Fora dos contornos, a Lua não passou na frente de Antares em nenhum momento, ou estava abaixo do horizonte no momento da ocultação.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/06/21/ciencia-e-espaco/lua-chega-a-fase-cheia-mais-distante-do-sol/