Um aglomerado de estrelas próximo ao núcleo tumultuado da Via Láctea encontrou um caminho para a imortalidade. Isso é o que sugere um novo estudo – disponível em versão de pré-impressão no servidor arXiv e ainda não revisado por pares – que propõe que essas estrelas podem capturar e destruir continuamente partículas de matéria escura em seus núcleos.
Usando simulações computacionais da evolução estelar, cientistas descobriram que a matéria escura, atraída pela gravidade dessas estrelas, frequentemente colide e se aniquila no interior estelar. Esse processo libera uma quantidade significativa de energia, transformando as partículas de matéria escura em matéria comum.
Leia mais:
- NASA detecta explosões e ecos de buraco negro central da Via Láctea
- Via Láctea engoliu outra galáxia há menos tempo que se pensava
- Mistério da Via Láctea pode estar prestes a ser resolvido após 88 anos
Matéria escura estabiliza as estrelas do centro da Via Láctea
Essa fonte extra de energia poderia manter as estrelas estáveis, tornando-as potencialmente imortais, mesmo após esgotarem seu combustível nuclear convencional. “As estrelas queimam hidrogênio na fusão nuclear,” explicou Isabelle John, principal autora do estudo e doutoranda em física de astropartículas na Universidade de Estocolmo, ao site Live Science. “A pressão externa resultante dessa fusão equilibra a pressão interna da gravidade, mantendo as estrelas estáveis”.
“Nossas simulações mostram que, se as estrelas conseguem coletar grandes quantidades de matéria escura, a aniquilação dessa matéria dentro das estrelas pode gerar uma pressão externa similar à da fusão nuclear,” disse John. “Isso estabilizaria as estrelas, permitindo que usassem matéria escura como combustível, em vez do hidrogênio”.
A grande diferença aqui é a fonte de combustível. Enquanto o hidrogênio eventualmente se esgota, levando a estrela à morte, a matéria escura pode ser coletada continuamente, oferecendo um suprimento ininterrupto de energia. “As estrelas podem coletar matéria escura continuamente,” destacou a pesquisadora. Isso poderia explicar por que algumas estrelas parecem mais jovens do que o esperado – elas estão sendo revitalizadas por um combustível diferente e aparentemente inesgotável.
Se validada, essa pesquisa poderia revolucionar nossa compreensão sobre a longevidade das estrelas e o papel da matéria escura no cosmos.
A descoberta de que estrelas poderiam utilizar matéria escura para prolongar sua vida útil não só desafia nosso entendimento atual da evolução estelar, como também abre novas possibilidades para a pesquisa sobre a matéria escura, um dos maiores mistérios do Universo.
O post Mistério das “estrelas imortais” no coração da Via Láctea pode ter sido desvendado apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/06/25/ciencia-e-espaco/misterio-das-estrelas-imortais-da-via-lactea-pode-ter-sido-desvendado/