O lançamento da pré-candidatura do deputado estadual Rodrigo Amorim (União) à prefeitura do Rio, nesta quinta-feira (27), incluiu no palanque políticos do partido que tem Alexandre Ramagem como pré-candidato, o PL. Na sigla de Jair Bolsonaro, a explicação é de que Amorim, assim como Marcelo Queiroz (PP), ajudam a embaralhar a eleição e dificulta uma vitória do prefeito Eduardo Paes (PSD) no primeiro turno.
— Ninguém está fazendo nada aqui pela porta dos fundos. Para esse projeto se concretizar, eu fui bater continência para o ex-presidente Jair Bolsonaro — assumiu o presidente estadual do União, Rodrigo Bacellar, que também comanda a Assembleia Legislativa.
Estavam no evento ao menos três deputados estaduais do PL: Alan Lopes, Felipe Poubel e Valdecy da Saúde. Outro filiado à legenda a comparecer foi o irmão de Amorim, o vereador Rogério Amorim.
Lopes disse que PL e Amorim estão unidos contra o que considera a “esquerda canalha” de Eduardo Paes, do centrista PSD — e que tem na aliança siglas de esquerda, como o PT. Poubel, por sua vez, chamou Paes de “vagabundo” e se classificou como “soldado” de Amorim.
Em vídeo gravado para a cerimônia, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) saudou Amorim e Marcelo Queiroz. Colocou as duas candidaturas, junto com a de Ramagem, como contrárias ao “projeto do Lula” no Rio, em referência ao apoio do presidente da República a Paes.
Amorim também fez acenos aos dois pré-candidatos, a quem pediu uma salva de palmas. Assim como Poubel, chamou o prefeito de “vagabundo”.
— Não vou ter nenhum problema em botar o dedo na cara desse vagabundo (nos debates) — disse.
O principal tema abordado pelos aliados de Amorim, e por ele próprio, foi a segurança pública, e a palavra “ordem” apareceu em várias falas. Segundo pesquisa Quaest, a área é a que piorou mais para os cariocas nos últimos anos.
— Essa cidade sangra com a insegurança pública, com a falta de cuidado — afirmou o pré-candidato.
Ele também defendeu o armamento da Guarda Municipal e chamou Paes de “pai da mentira”, referência à figura do diabo na Bíblia. O termo foi usado pelo próprio Paes contra Marcelo Crivella (Republicanos) na eleição de 2020.
Antes de oficializar a pré-candidatura de Amorim, o União Brasil esteve em disputa e foi cobiçado por Eduardo Paes e Alexandre Ramagem. Para o PL, contudo, é interessante que haja o máximo possível de candidatos na disputa, a fim de fragmentar o cenário e tentar prejudicar Paes.
Amorim ganhou fama na eleição de 2018 ao quebrar uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco, assassinada em março daquele ano. Na Alerj, ele comanda, por exemplo, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante de qualquer parlamento.
Na pesquisa Quaest, Amorim tem 4% das intenções de voto. Paes aparece com 51%, 40 pontos a mais que Ramagem.
O pré-candidato a vice de Amorim é o também deputado estadual Fred Pacheco (PMN). Cantor católico, o parlamentar deu uma palinha ao fim do evento.
Novo lança pré-candidata
O partido Novo também oficializou nesta semana sua pré-candidatura à prefeitura. A escolhida, depois da desistência do vereador Pedro Duarte, foi a advogada Carol Sponza.
Prestigiaram a cerimônia de lançamento o presidente nacional do partido, Eduardo Ribeiro, e o ex-deputado Deltan Dallagnol, ex-promotor da Lava-Jato.
Com informações de O Globo.
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