27 de novembro de 2024
Máquinas de IA podem ter consciência? A ciência responde
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À medida que a tecnologia e a inteligência artificial avançam, os filmes de ficção científica com máquinas conscientes parecem se aproximar cada vez mais da realidade. Questionar se as máquinas estão próximas ou já conseguiram a capacidade de adquirir consciência é válida. Entretanto, segundo artigo do The Conversation, essa ainda não é a realidade. De qualquer forma, é preciso ficar atento aos avanços da ciência.

IA pode ter consciência?

Para ser considerado um ser com consciência, é necessário cumprir dois critérios. A primeira característica se refere à disponibilidade de informações globais. Isso significa que, ao ver algo, é possível descrever suas características como cor, formato, cheiro.

O segundo vai além e permite o automonitoramento desse comportamento. Ele avalia se determinada resposta foi certa ou errada, viabilizando a correção no futuro. 

Por exemplo, uma pessoa que cozinha precisa ter acesso a uma receita ou informações que já estavam disponíveis. Enquanto cozinha, ela pode provar a comida e notar erros como falta ou excesso de sal e corrigi-los.

Imagem: Rodrigo Mozelli (gerado com IA)/Olhar Digital

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Se o cozinheiro colocar sal sem perceber, por exemplo, o processo será inconsciente. Apesar desse modo apresentar vantagens, como menor gasto de atenção e memória, ele apresenta limitações e pode até mesmo trazer dúvidas sobre se a pessoa colocou sal ou não. 

A disponibilidade global de informações também ocorre em seres vivos sem linguagens. Os bebês, por exemplo, antes de aprenderem a se comunicarem conseguem responder a estímulos que não foram estabelecidos de forma prévia. Já animais não-humanos, como corno e primata, conseguem responder com sim ou não a estímulos simples, se treinados. 

Um estudo publicado na revista Science avalia que as máquinas poderiam adquirir consciência, embora considere que, por enquanto, existe apenas processamento inconsciente nelas. Na visão dos autores do estudo, o que se chama de consciência resulta de tipos específicos de computação de processamento de informação. 

No caso dos seres humanos, esse processo é realizado fisicamente pelo cérebro. Segundo a pesquisa, a evidência empírica indica que há possibilidade de que consciência surja de nada mais do que computação.

Imagem: Pedro Spadoni via DALL-E/Olhar Digital

Consciência a partir da interação

É possível pensar que um robô seria capaz de preparar a mesma receita que um ser humano, o que bate com o primeiro critério do que representa consciência. A máquina poderia também medir a pressão do comensal para fazer ajustes no sal da comida. 

Seria interessante também que o robô conseguisse fazer uma autoavaliação do próprio trabalho, como perceber se a adição de determinado ingrediente deixou o sabor do prato mais agradável e, assim, se atualizar continuamente.

Entretanto, o artigo do The Conversation destaca que no caso dos organismos vivos a consciência surge a partir da interação do organismo com o próprio corpo, e não apenas do organismo com o ambiente exterior. A fome é um bom exemplo dessa interação, já que o cérebro interpreta reações fisiológicas para indicar que a necessidade de ingerir alimentos. 

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ChatGPT pode ter passado no teste de Turing. (Imagem: WINEXA / Shutterstock.com)

Pesquisas recentes também descobriram que o coração bate mais devagar quando a pessoa está consciente dessa atividade. Isso indica que a consciência envolve mais do que perceber de forma ativa do ambiente externo. 

É preciso também monitorar a resposta do próprio corpo para se adaptar às variáveis do ambiente. Segundo o artigo, essas interações entre ambiente e organismo são essenciais para criar experiências subjetivas. 

A falta de monitoramento interno entre cérebro e organismo limita a possibilidade de máquinas desenvolverem a consciência como definida hoje.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/06/28/ciencia-e-espaco/maquinas-de-ia-podem-ter-consciencia-a-ciencia-responde/