20 de setembro de 2024
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O governo federal optou suspendeu novos acordos de publicidade no X (anteriormente conhecido como Twitter) em resposta aos pronunciamentos recentes do proprietário da plataforma, Elon Musk. Integrantes do governo baseiam a medida em uma diretriz publicada em fevereiro pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) que impede a veiculação de anúncios do governo em canais que propagam notícias falsas.

Essa norma visa a evitar a “monetização” em iniciativas publicitárias do governo em “sites, aplicativos e produtores de conteúdo na internet que representem risco de prejudicar a imagem das instituições do Poder Executivo federal devido a violações da legislação nacional ou por não estarem alinhados com as políticas e padrões de segurança e de conformidade com a marca do governo federal”.

Essa decisão se aplica apenas a novos contratos, pois há limitações para suspender os contratos em andamento, conforme relatos.

A informação foi divulgada pelo ICL Notícias e confirmada pela Folha. De acordo com os dados do portal de despesas com publicidade, compilados pela Secom, foram investidos aproximadamente R$ 5,4 milhões em anúncios do governo no X entre 2023 e 2024. Esse montante se refere principalmente às campanhas da própria secretaria e do Ministério da Saúde, além de despesas de outros órgãos do governo, excluindo os valores desembolsados por bancos públicos e estatais.

No balanço de 2023, o X recebeu menos verbas do que a Meta, TikTok e Google. Vale ressaltar que o portal de transparência da Secom só disponibiliza os valores de anúncios já veiculados, o que sugere que a empresa de Elon Musk possa ter recebido mais recursos do atual governo.

Membros do governo, incluindo o presidente Lula, começaram a adotar a Bluesky (“céu azul”, em inglês), uma rede social concorrente do X de Musk. A plataforma, que inicialmente proibia a participação de chefes de Estado, anunciou uma mudança de posição também nesta sexta-feira (12).

Lula fez sua primeira postagem na rede social pela manhã, abordando um evento em Campo Grande (MS) sobre a habilitação de frigoríficos para exportação de carne para a China. O perfil mantém a mesma descrição e fotos utilizadas no X.

O ministro Paulo Pimenta (Secom) também aderiu à nova rede social e criticou Musk, sem mencioná-lo nominalmente. “Não vamos tolerar que qualquer pessoa, independentemente de sua riqueza e poder, desrespeite nossa nação. Não vamos ceder diante de ameaças e não vamos permitir impunemente qualquer ação que ameace nossa democracia”, afirmou.

Pimenta também enfatizou que o Brasil não será “tutelado” pelas plataformas de redes sociais. Lula nunca mencionou diretamente Musk, mas já fez críticas indiretas ao empresário. Esta semana, o presidente afirmou que Musk nunca produziu “um grama de capim no Brasil” e defendeu o STF contra os ataques do proprietário do X.

– Temos uma questão muito séria neste país e no mundo, que é decidir se queremos viver em um regime democrático ou não. Se vamos permitir que o mundo seja dominado pelo extremismo xenófobo. E isso é o que está acontecendo – declarou o presidente.

Musk tem recebido apoio de bolsonaristas, desbloqueou contas de indivíduos investigados por disseminação de notícias falsas e agora passou a ser investigado pela Polícia Federal.

Com informações da Folha de S. Paulo.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/governo-suspende-publicidade-no-x-em-represalia-a-acusacoes-falsas-feitas-pelo-dono-da-plataforma-social-sobre-o-brasil/