Nesta quarta-feira (3), no Rio de Janeiro (RJ), encerrou-se a cúpula do Science20 (S20) Brasil 2024. Neste último dia de evento, autoridades e cientistas que representam os países-membros do G20 assinaram documento que traz recomendações aos líderes do bloco, incluindo questões sobre inteligência artificial (IA).
O grupo defende a regulamentação do uso da tecnologia, bem como a criação de políticas que defendam equilíbrio entre inovação, segurança do emprego e direitos trabalhistas.
A IA foi um dos cinco eixos abordados no documento, que também tratou de bioeconomia, processo de transição energética, desafios de saúde e justiça social.
O evento, organizado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), levantou a bandeira “Ciência para a transformação mundial” e foi conduzido pela presidente da ABC, Helena Nader, que exaltou a importância de o Brasil ser o líder da iniciativa, visando reduzir desigualdades existentes entre os países do G20.
O Norte Global não está preocupado, não está olhando como deveria para as necessidades do Sul Global. O G20 pode ajudar a mudar isso. O Brasil está ocupando posição de liderança e pode fazer mudanças dentro do grupo. E, com isso, pressionar para garantir os engajamentos sociais que a área de ciência e tecnologia está buscando.
Helena Nader, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), durante o Science20 Brasil 2024
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Proposituras do S20 sobre a IA
A seguir, confira o que os cientistas do Science20 pedem aos líderes do G20 quando se trata da IA:
- Criar políticas em economia impulsionada por IA fundamentadas em princípios éticos compartilhados para assegurar inovação casada à segurança no emprego e os direitos dos trabalhadores;
- Contribuir para estabelecer regulamentações de IA e padrões de governança de dados de maneira justa, que defendam valores humanos;
- Trabalhar em conjunto para criar e compartilhar grandes conjuntos de dados científicos valiosos e bem curados;
- Buscar estabelecer estruturas intergovernamentais para supervisionar tecnologias de IA que possam operar além do controle ou supervisão humana.
Na bioeconomia, o destaque é o pedido para que os países do grupo a utilizem como estratégia para enfrentar o aquecimento global e as mudanças climáticas, a perda da biodiversidade, a pobreza e a saúde de todos os seres vivos existentes.
Já para realizar a transição energética, os cientistas defendem que ela deve ser balizada no uso de fontes de energia com baixas emissões, incluindo a nuclear e as renováveis, visando o fim do uso de carvão.
Também orienta a captura, utilização e armazenamento de carbono, ao lado de medidas, como precificação de carbono em escala global, de modo a minimizar as emissões realizadas pelos combustíveis fósseis, ao passo em que realizamos a transição energética.
Na saúde, eles pedem acesso global às vacinas, medicamentos e meios de diagnósticos, produção local e sustentável via desenvolvimento de pesquisa, inovação, entre outros.
Ainda, pedem que sejam desenvolvidos meios de comunicação eficazes para disseminas informações sobre saúde, combate à desinformação e condução de campanhas de saúde.
Para saber todos os pontos abordados no documento, acesse este link.
Estiveram presentes no S20 do Brasil representantes das Academias de Ciências da África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Japão, Índia, Indonésia, Itália, México, Reino Unido, Turquia e a Academia Europeia, representando a União Europeia (UE).
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