21 de setembro de 2024
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A família de Édson Davi, criança de sete anos que desapareceu em 4 de janeiro na praia da Barra da Tijuca, zona oeste no Rio de Janeiro, contratou uma investigação particular para apurar a tese de afogamento indicada pela Polícia Civil.

Marize Araújo, mãe do menino desaparecido, afirma estar inconformada com a investigação ainda sem solução e pede que a Polícia Federal participe do caso.

Esta quinta-feira (4) marca seis meses do desaparecimento do menino. A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) continua investigando o caso, acompanhada do Ministério Público.

O advogado João Tancredo, que representa a família, entregou um relatório aos investigadores nessa semana junto a uma petição que pede que o documento particular seja incluído no inquérito policial.

A apuração do escritório contratado pela família ouviu 17 testemunhas e, entre as que estavam presentes no dia do desaparecimento, todas afirmam que não viram o menino entrar no mar.

“Esperamos que a polícia não encerre o inquérito sem exaurir todas as provas e ouvir as testemunhas, porque pode ser prematuro. Não é possível realizar uma investigação sem analisar todas as hipóteses. E ele ter sido levado por alguém é uma hipótese bem forte”, enfatizou.

O investigador Raúl Ábacus, que conduziu a apuração particular, descartou a hipótese de afogamento. “Todas as pessoas com quem conversamos afirmam que Davi tinha medo de entrar no mar e que, mesmo quando acompanhado de um adulto, não se permitia mergulhar”.

“Acredito que meu filho está vivo. Foi desumano o que fizeram comigo, uma mãe que afirma desde o primeiro dia que meu filho foi raptado e nunca me deram ouvidos”. E completa: “Peço ajuda da Polícia Federal para que entre na investigação e ao Ministério Público para que faça justiça pela vida do meu pequeno Davi”.

Ela ainda diz que as testemunhas que viram a criança logo antes do desaparecimento “não foram chamadas para prestarem depoimento com dignidade e respeito”.

A família de Edson Davi realiza uma manifestação nesta quinta-feira (4), às 11h, na praia da Barra da Tijuca, onde o menino foi visto pela última vez, pedindo esclarecimentos sobre o caso.

O que diz a polícia

A Polícia Civil informou à CNN, em nota, que diversas linhas de investigação foram consideradas e todas as denúncias foram apuradas, até em outros estados do país.

Os agentes policiais analisaram imagens de 13 câmeras de segurança na orla que mostram o menino na barraca de seu pai. A corporação afirma que não há evidências de que ele teria saído da praia.

De acordo com a polícia, uma testemunha narrou que viu o menino entrar no mar por três vezes enquanto jogava futebol com outra criança. Outra testemunha ainda relatou que, anteriormente, Davi teria pedido uma prancha emprestada para entrar na água, mas não atendeu ao pedido porque o mar estava revolto.

Outro homem, que trabalha com o pai da criança desaparecida, afirmou em depoimento aos investigadores que também teria pedido para o menino sair da água, tendo em vista as condições do mar.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/caso-edson-davi-familia-quer-pf-na-investigacao-apos-6-meses-do-desaparecimento/