22 de setembro de 2024
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Um relatório médico de Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco (PSOL), revela que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi responsável por indicar Lessa para atendimento na Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR) em 2009. Na época, Lessa, um ex-policial militar, havia sido vítima de um atentado a bomba.

O prontuário, parte dos autos da investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre a morte de Marielle e seu motorista Anderson Gomes, confirma que Bolsonaro, então deputado federal, encaminhou Lessa para tratamento após ele ter perdido parte da perna esquerda devido ao atentado.

Detalhes do atendimento

Em depoimento de 2019, Lessa confirmou que Bolsonaro o indicou para o atendimento, mas disse que obteve o apoio através de outro policial, cujo nome não soube indicar. Em entrevista à revista Veja em 2022, Lessa reiterou não ter proximidade com Bolsonaro e afirmou não ter agradecido pelo encaminhamento.

A explosão que feriu Lessa em outubro de 2009 foi vista como indício de sua participação como segurança do bicheiro Rogério Andrade, embora ele negue qualquer relação com Andrade na época. Lessa foi preso em março de 2019, acusado de assassinar Marielle, no mesmo condomínio onde Bolsonaro residia.

Investigações e relações

A possível relação entre Lessa e Bolsonaro despertou interesse da polícia após a apreensão de uma planilha de controle de entrada e saída de visitantes do condomínio Vivendas da Barra. A planilha mostrava que Élcio Queiroz, co-réu no homicídio, foi autorizado a entrar no condomínio por alguém da casa de Bolsonaro no dia do crime.

Um porteiro do condomínio inicialmente afirmou que a liberação foi feita pelo próprio ex-presidente, mas posteriormente corrigiu seu depoimento, dizendo que se equivocou por nervosismo. A relação entre Lessa e Bolsonaro continuou sendo investigada mesmo após essa confusão.

Conclusão do tratamento e investigação

A médica responsável pelo atendimento de Lessa na ABBR afirmou não se lembrar dele, mas confirmou que a menção a Bolsonaro no prontuário foi baseada em informações fornecidas por Lessa. O ex-PM não concluiu seu tratamento na ABBR, segundo seu depoimento e a entrevista à Veja.

Em março deste ano, a Polícia Federal prendeu o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Domingos Brazão e o deputado Chiquinho Brazão, acusados de serem os mandantes do crime contra Marielle. Lessa e Queiroz firmaram acordo de delação premiada e confessaram sua participação no homicídio.

Com informações da Folha de S.Paulo

Fonte: https://agendadopoder.com.br/bolsonaro-solicitou-atendimento-medico-para-ronnie-lessa-apos-atentado-em-2009-informa-prontuario/