Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizer que não vai tirar o piso de despesas com educação, a equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, busca alternativas para manter de pé o arcabouço fiscal.
Segundo reportagem da Folha, uma das propostas seria a possibilidade de cobrar mensalidades de estudantes em universidades públicas e com alterações nos parâmetros do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica, o Fundeb.
Estas medidas fazem parte de um conjunto de mais de cem propostas em análise que visam a reorganização fiscal, sem afetar o compromisso de eliminar o déficit nas contas públicas.
Uma das mudanças consideradas seria a introdução de mensalidades para alunos de classes sociais elevadas nas universidades federais, impactando uma parcela dos 1,3 milhão de estudantes.
No entanto, a eficácia fiscal dessa medida é incerta devido à mudança de perfil dos estudantes ao longo dos anos, que viu um aumento de alunos de estratos menos favorecidos.
Quanto ao Fundeb, a equipe do governo avalia aumentar a parcela da contribuição federal que pode ser contabilizada no piso da educação de 30% para um percentual maior, buscando reduzir a pressão sobre o cumprimento do piso obrigatório.
Outra mudança proposta é a redução do percentual do fundo destinado ao pagamento de profissionais da educação básica, de 70% para 60%, com o intuito de resolver distorções salariais.
Além disso, há discussões para expandir o grupo de profissionais que podem se beneficiar desses recursos para incluir trabalhadores de áreas como segurança e manutenção, que são essenciais ao funcionamento das escolas, mas que atualmente não são cobertos pelo fundo.
Essas alterações estão sendo consideradas após o presidente descartar mudanças mais profundas nos pisos de saúde e educação, em um contexto onde esses gastos têm crescido significativamente devido às exigências do arcabouço fiscal implementado por Haddad.
Vale destacar que a Constituição estabelece que uma fração fixa da arrecadação da União deve ser destinada a essas áreas, o que tem impulsionado as despesas, especialmente com o aumento das receitas para alcançar as metas fiscais.
Fonte: https://www.ocafezinho.com/2024/07/07/governo-cogita-cobrar-mensalidades-de-alunos-das-universidades-federais/