24 de novembro de 2024
76% dos brasileiros rejeitam a PEC do Quinquênio, aponta pesquisa
Compartilhe:

O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apresentou nesta terça-feira (9) em coletiva um projeto de lei elaborado por ele para tentar resolver as dívidas bilionárias de estados com o governo federal.

  • Hoje, essas dívidas são corrigidas pela inflação + 4% ao ano, ou pela taxa Selic (hoje, em 10,5%) – o que for menor;
  • O governo estima que as dívidas somem mais de R$ 700 bilhões, ao todo.
  • A maior parte desse valor se refere aos débitos de quatro estados: Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Segundo Pacheco, o Ministério da Fazenda e os estados concordam que essa fórmula precisa ser revista, já que vem impedindo a redução das dívidas.

O novo projeto, que ainda terá que ser votado no Congresso e sancionado por Lula para virar lei, prevê em linhas gerais:

  1. congelamento do valor principal da dívida atual (sem descontos);
  2. que os 4% de juros atuais sejam abatidos por diferentes mecanismos, como a federalização de bens e créditos estaduais e a conversão em investimentos nos estados;
  3. que um fundo seja criado com parte desses juros para atender a todos os estados, endividados ou não;
  4. que as dívidas sejam parceladas em até 30 anos.

No Senado, o texto deve ser relatado pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP). O rito da tramitação ainda não foi definido.

A íntegra do projeto de lei ainda não estava disponível no sistema do Senado até as 11h, mas Pacheco detalhou as ideias do texto em um pronunciamento. Entenda abaixo:

  • Sem desconto no montante atual

Ao longo da elaboração do projeto, governadores e parlamentares tentavam aproximar a proposta do formato adotado nos diversos “Refis” e “Desenrolas” de anos recentes: uma negociação com desconto nos juros e no montante principal da dívida.

Segundo Pacheco, no entanto, isso não será possível porque afrontaria a legislação em vigor e a responsabilidade fiscal do governo federal. Haveria impacto, por exemplo, no resultado primário da União.

“Sob o ponto de vista da responsabilidade fiscal, há a preservação do quantitativo da dívida consolidada hoje”, resumiu.

  • Sem mexer no fundo da reforma tributária

Os governadores sofreram outra derrota importante na elaboração do texto: não poderão usar o fundo de compensação da reforma tributária para abater a dívida com a União.

Esse fundo foi criado na primeira etapa da reforma tributária, aprovada pelo Congresso em 2023, e é um mecanismo para compensar os estados pelas eventuais perdas com a migração para um sistema de impostos mais simples.

  • O governo ainda vai enviar ao Congresso um projeto de lei para regulamentar a composição e a distribuição desse dinheiro.
  • O fundo só começa a ser abastecido em 2029, em função do cronograma de transição para o novo sistema tributário, e deve receberpelo menos R$ 40 bilhões anuais do governo federal a partir de 2033.

Segundo Pacheco, pelas regras que já foram definidas, esses recursos não poderão ser usados pelos estados para negociar ou antecipar a quitação da dívida com a União.

“Sob o ponto de vista jurídico e constitucional, há uma vedação expressa. Pode ser considerado nas contrapartidas que, uma vez aderindo ao programa, o estado terá que cumprir”, explicou o senador.

Com informações do g1.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/presidente-do-senado-apresenta-projeto-para-resolver-divida-dos-estados-com-a-uniao/