Indiciado pela Polícia Federal no inquérito que investiga o desvio de joias do acervo presidencial, o advogado de Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, explicou ao governo dos Estados Unidos que pagou US$ 49 mil em espécie por um relógio Rolex para evitar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Segundo um formulário preenchido por Wassef, o pagamento em dinheiro foi preferido devido às altas taxas aplicadas pelo governo brasileiro em transações financeiras.
A investigação da PF revela que Wassef viajou aos EUA para recomprar o relógio, parte de um conjunto recebido pelo então presidente Bolsonaro como presente da Arábia Saudita em 2019. A recompra era necessária para devolver o kit completo ao governo brasileiro, conforme exigência do Tribunal de Contas da União (TCU).
Em depoimento à PF em agosto do ano passado, Wassef admitiu ter utilizado recursos próprios para a compra do relógio, justificando o uso de dinheiro em espécie para evitar o IOF de aproximadamente 6,5% e obter um desconto de quase US$ 9 mil. No entanto, a polícia considera essa justificativa pouco plausível, dado que o advogado possuía uma conta bancária nos EUA com saldo de US$ 536,4 mil.
Troca de mensagens com Flávio Bolsonaro
No dia da recompra, a PF destacou que Wassef recebeu mensagem do senador Flávio Bolsonaro dizendo “Saudade”, ao que Wassef respondeu reiterando seu compromisso. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, também enviou um e-mail à loja informando a presença de Wassef. A PF ressalta que Wassef ligou para Bolsonaro após mencionar a entrega do relógio a Mauro Cid, sugerindo coordenação entre os envolvidos.
Em sua defesa, Wassef argumentou que sua viagem aos EUA em março do ano passado envolveu negócios e lazer, incluindo reuniões com clientes, incluindo Bolsonaro, e visitas turísticas. Ele refutou as acusações de que as videochamadas com Bolsonaro são incomuns, explicando que são normais dada sua função como advogado do ex-presidente.
Com informações de O Globo
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Fonte: https://agendadopoder.com.br/advogado-de-bolsonaro-diz-que-comprou-rolex-em-dinheiro-vivo-nos-eua-para-fugir-de-imposto-do-brasil-governo-cobra-caro/