22 de setembro de 2024
Compartilhe:

A Polícia Federal voltou às ruas nesta quinta-feira (11) para uma nova fase da operação Última Milha, que investiga a espionagem ilegal de alvos do governo Bolsonaro pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Desta vez, porém, a apuração está robustecida por dados encontrados nos aparelhos celulares de ex-integrantes do órgão, que falam, inclusive, em usar monitoramento ilegal para “explodir” adversários.

As informações são do Blog da Daniela Lima, publicado no portal g1, que teve acesso a trechos da documentação que deu base à operação.

A PF confirmou, por exemplo, que o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, teve sua movimentação monitorada pelos ex-integrantes da Abin. Além dele, os diálogos revelam espionagem de escritórios de advocacia, deputados, senadores e adversários políticos de integrantes do governo que atuavam na Esplanada dos Ministérios.

Um dos alvos de mandado de prisão nesta quinta, o militar Giancarlos Gomes Rodrigues, que atuava na Abin, fala abertamente sobre o monitoramento de um advogado próximo a Maia ao seu superior: “Vou verificar aqui mas acho que foi no final do ano passado. Eu estava monitorando e o tel [SIC] dele dava várias vezes na área do Bertholdo”. Bertholdo é um advogado do Paraná, citado diversas vezes pelos alvos da investigação.

Ele era visto na Abin como alguém próximo a Maia e à ex-deputada Joice Hasselmann. “Excelente isto, Meu amigo. Vamos ver se conseguimos explodir esse vagabundo que está num DAS-5”, responde o chefe do militar na Abin, o policial federal Marcelo Bormevet, também preso na operação. DAS-5 é um cargo de confiança.

Os mandados de prisão estão sendo cumpridos em cinco estados e no Distrito Federal. Há também ordens de busca e apreensão.

Leia mais:

Investigação da PF aponta que Abin produzia fake news para abastecer “gabinete do ódio”

Fonte: https://agendadopoder.com.br/vamos-ver-se-explodimos-esse-vagabundo-disse-militar-preso-pela-pf-sobre-advogado-monitorado-ilegalmente-pela-abin/