Milhares de sítios arqueológicos foram descobertos na Amazônia nas últimas décadas. O estudo deles tem contribuído para mudar a perspectiva sobre o passado da maior floresta tropical do mundo. Mas o avanço do desmatamento, do garimpo e das mudanças climáticas ameaça a existência destes locais.
Sobrevoos estão sendo feitos para mapear locais ameaçados
- Usando tecnologias como a de sensoriamento remoto aerotransportado “Lidar”, pesquisadores brasileiros, em parceria com os povos da floresta, estão mapeando esses sítios arqueológicos em áreas ameaçadas da Amazônia.
- Os esforços fazem parte de um projeto chamado “Amazônia revelada”.
- As queimadas na região atrapalharam a maior parte dos trabalhos em 2023, mas o mapeamento foi retomado neste ano.
- Nos últimos dias, os primeiros resultados foram apresentados durante a 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
- De acordo com os pesquisadores, atualmente há mais de 6 mil sítios arqueológicos cadastrados em toda a bacia amazônica.
- No entanto, este número pode ser ainda maior.
- A Amazônia é ocupada por diversos povos há pelo menos 13 mil anos.
- As informações são da Agência FAPESP.
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Povos locais participam dos trabalhos
Os pesquisadores que fazem parte da iniciativa explicam que a ideia é fazer sobrevoos usando a tecnologia para identificar os sítios arqueológicos e registrá-los em órgãos como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Essa classificação confere um maior grau de proteção aos locais.
Este mapeamento conta com a ajuda da National Geographic Society e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre outras instituições. Inicialmente, as equipes conversam com representantes das populações que vivem nos locais onde há evidências da existência de sítios arqueológicos para saber se há interesse ou não de que sejam mapeados.
Algumas das populações já consultadas e que deram aval para sobrevoos foram uma comunidade quilombola em Costa Marques e o povo indígena Amondawa da Aldeia Trincheira, em Rondônia. Os pesquisadores ainda pretendiam sobrevoar a região do Alto Xingu, mas cancelaram o plano após conversas com representantes do povo indígena Kuikuro, que se mostrou contrário ao projeto.
Com a mudança de planos, o novo local escolhido foi a ilha de Marajó, no Pará, onde há evidências de criação de estruturas artificiais. Outra região que será sobrevoada é a Terra do Meio, também no Pará, atravessada pelo rio Xingu e afluentes e formada por reservas, unidades de conservação e as terras indígenas Cachoeira Seca, Xipaya e Kuruya. Alvo de de garimpeiros ilegais, a região também sofre com desmatamentos e roubo de madeira.
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