22 de setembro de 2024
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O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, afirmou nesta quarta-feira (17) que as negociações sobre a proposta de repactuação da dívida dos estados tiveram avanço após reuniões, em Brasília, com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Castro propôs a utilização do Fundo de Desenvolvimento Regional para o abatimento do débito dos estados. A proposta, na avaliação do governador, auxilia na redução dos juros, que, atualmente, fixados no IPCA e + 4%.

“A gente transformaria esse abatimento no dinheiro, na prática, muito maior, uma vez que esses juros não incidiram naquele valor (da dívida). Alguns podem falar que estão tirando um dinheiro futuro.  Não, a gente está comendo todos os juros que esse recurso faria com que a gente não pagasse mais”, argumentou Castro.

A equipe técnica do Senado Federal entende que a proposta não é viável. Castro afirmou que Pacheco acenou com a possibilidade de a equipe técnica do Senado trabalhar em conjunto com técnicos do governo fluminense para chegar a um consenso.

“É muito positivo para a gente essa possibilidade de juntar as equipes técnicas e entender se é possível ou não, antes de entender se é vontade.  Nós temos que entender se é possível ou não esse tipo de ação, que é uma ação que para os estados, sobretudo para os superendividados, seria fundamental para que  a gente possa achar o equilíbrio”, enfatizou.

Castro também apresentou a sugestão ao relator da proposta no Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP). 

“Nós sabemos a força que o pessoal da Fazenda tem em situações como essa, mas que a gente tem uma paridade de ideias e de diálogo para que a gente possa achar o melhor projeto, que não piore a situação do Brasil, mas que também gere justiça aos estados. Porque a gente entende que hoje, da maneira que está, está quebrando os estados.  E se você quebrar os estados, o país não vai crescer.  Não adianta um ente ficar quebrado”, destacou Castro.

PROPOSTA DE PACHECO

Pacheco apresentou um projeto de lei, que é defendido por Castro, que prevê a venda de ativos do estado para o abatimento da dívida, além da redução do indexador da dívida dos estados com a União, que, atualmente, está fixado no IPCA (inflação) e + 4% de juros.

Pelo texto, 1% pode ser perdoado se o estado entregar como pagamento e amortização os seus ativos num montante de 10% a 20% do valor da dívida, podendo chegar a 2% de abatimento dos juros, se entregar mais de 20% de ativos quitar o débito.

Dos 2% remanescentes, 1% poderia ser revertido em investimentos no próprio estado, especialmente em educação e ensino profissionalizante, mas também em infraestrutura e segurança pública, em investimento (e não em custeio). 

E o outro 1% poderia ser revertido para um fundo de equalização, também previsto no projeto, em atendimento a todos os estados, contemplando até mesmo os estados que não possuem débitos.

O texto deve iniciar a tramitação em agosto, na volta do recesso parlamentar.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/divida-do-rj-castro-acerta-com-pacheco-que-equipes-tecnicas-do-rio-e-do-senado-irao-trabalhar-em-conjunto/