A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira a 26ª fase da Operação Lesa Pátria com foco em suspeitos de financiar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Agentes cumprem mandados de busca e apreensão em oito estados: Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pará, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Tocantins e Mato Grosso do Sul.
No total, a PF cumpre 18 mandados judiciais de busca e apreensão para financiadores e promovedores dos atos antidemocráticos. As determinações foram divididas da seguinte forma em cada estado:
- Rio Grande do Norte (1);
- Santa Catarina (1);
- Pará (4);
- São Paulo (1);
- Minas Gerais (3);
- Espirito Santo (4);
- Tocantins (1);
- Mato Grosso do Sul (3).
As ações foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Além dos mandados, a Justiça também determinou a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados.
Segundo a PF, os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
“Apura-se que os valores dos danos causados ao patrimônio público possam chegar à cifra de R$ 40 milhões”, diz a PF em nota.
Desde janeiro de 2023, a operação já teve como alvo deputados estaduais, vereadores, empresários, fazendeiros, militares e influenciadores digitais. Todos os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que concentra na Corte as ações sobre o 8 de janeiro.
Dentre os alvos mais conhecidos, estão o ex-assessor Leo Índio, que é primo dos três filhos mais velhos de Bolsonaro; o coronel da Polícia Militar do Distrito Federal Jorge Naime; o deputado estadual Amauri Ribeiro (União-GO), o homem que quebrou um relógio histórico no Palácio do Panalto e a mulher que pichou “perdeu, mané” na estátua da Justiça em frente ao Supremo
Fase a fase
A primeira fase ocorreu no dia 20 de janeiro, 12 dias após os atos. Em função da gravidade dos ataques golpistas, o governo determinou prioridade para a investigação, o que fez com que a PF mobilizasse uma resposta rápida.
- Oito mandados de prisão
- 16 mandados de busca e apreensão.
- Relógio de Dom João VI
Também em janeiro, a Polícia Federal prendeu o homem filmado ao destruir o relógio trazido ao Brasil por Dom João VI, no Palácio do Planalto. Ele virou réu no STF.
Terceira fase
No dia 27 de janeiro, a PF foi às ruas para a 3ª fase da Operação Lesa Pátria. Na ocasião, foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão, distribuídos em seis estados.
- 11 mandados de prisão
- 27 mandados de busca e apreensão
Quarta fase
No início de fevereiro, os agentes cumpriram a quarta fase da operação, em seis estados (Rondônia, Goiás, Espírito Santo, São Paulo, Mato Grosso e Distrito Federal)
- Três mandados de prisão
- 14 mandados de busca e apreensão
Coronel preso
Na quinta fase, também em fevereiro, foram presos quatro policiais militares, suspeitos de omissão no 8 de janeiro. Um deles foi o ex-chefe do departamento operacional da Polícia Militar do DF, o coronel Jorge Eduardo Naime.
- Três mandados de prisão temporária
- Um mandado de prisão preventiva
- Seis mandados de busca e apreensão
Vereador detido
A sexta fase foi realizada ainda em fevereiro e resultou na prisão de seis pessoas, entre elas o vereador José Ruy (PTC), de Inhumas (GO), e o professor aposentado Antônio Clesio Ferreira, que disputou a prefeitura de Ouro Preto em 2020 pelo partido Democracia Cristã.
- Oito mandados de prisão preventiva
- 13 mandados de busca e apreensão
Sétima fase
Em março, na sétima fase, foram presas três pessoas. Uma delas foi Kennedy Alves, que gravou um vídeo invadindo o prédio do STF.
- Três mandados de prisão
- Oito mandados de busca e apreensão
Estátua e bola
Em uma das maiores fases, também ocorrida em março, foram presos Débora Rodrigues dos Santos, mulher flagrada pichando “perdeu, mané” na estátua da Justiça em frente ao prédio do STF, e Nelson Ribeiro Fonseca Junior, que furtou uma bola autografada pelo jogador Neymar que ficava exposta no Congresso Nacional.
- 32 mandados de prisão preventiva
- 46 mandados de busca e apreensão
Tática de guerrilha
Ainda em março, foi preso um major da reserva da PM suspeito de incitar atos antidemocráticos, administrar dinheiro usado para financiar as ações golpistas e ainda ensinar táticas de guerrilha a radicais bolsonaristas.
- Um mandado de prisão
- Coronel da Aeronáutica e ex-chefe da Rotam
Na 10ª fase, em abril, foram presos dois coronéis: uma da da reserva da Aeronáutica e um que comandou o batalhão de Rondas Ostensivas Tática Metropolitana da PM-GO (Rotam).
- 16 mandados de prisão preventiva
- 22 mandados de busca e apreensão
Apreensão de R$ 730 mil reais
Em maio, na 11ª fase, foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão contra suspeitos de financiarem os atos golpistas, incluindo empresários, fazendeiros e pessoas com registro de CACs (colecionadores, atiradores e caçadores esportivos). Na ocasião, foram apreendidos mais de R$ 730 mil em dinheiro vivo, além de 22 armas de fogo.
- 22 mandados de busca e apreensão
Major preso novamente
Na 12ª fase, também em maio, o major da Polícia Militar do Distrito Federal Flávio Silvestre de Alencar foi preso novamente — ele já havia sido detido na quinta fase, mas foi solto. Foi encontrada uma mensagem que ele afirma, em um grupo de WhatsApp com militares, que “na primeira manifestação, é só deixar invadir o Congresso”.
- Um mandado de prisão preventiva
- Quatro mandados de busca e apreensão
Dono de rádio
Em junho, na 13ª fase, o alvo foi o dono de uma rádio em Itapetininga (SP) que foi afiliada a Jovem Pan, Milton de Oliveira Júnior. Ele admitiu, durante participação em um programa local, ter financiado os atos de 8 de janeiro.
- Um mandado de busca e apreensão
- Pastor e cantora evangélica
A 14ª fase, em agosto, mirou, entre outros, o pastor Dirlei Paiz, de Blumenau (SC), e a cantora evangélica Fernanda Oliver, de Tocantins. Eles são suspeitos de organizarem e divulgarem a chamada “Festa da Selma”, codinome para a convocação de caravanas a Brasília no fim de semana de 8 de janeiro.
- 10 mandados de prisão preventiva
- 16 mandados de busca e apreensão
Deputado estadual
Ainda em agosto, foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra o deputado estadual Amauri Ribeiro (União Brasil-GO), que havia dito que “ajudou a bancar” pessoas acampadas em frente a um quartel do Exército.
- Dois mandados de busca e apreensão
Socialite e suplente
Na 16ª fase, em setembro, foram cumpridos 53 mandados de busca e apreensão. Entre os alvos, estavam o suplente de deputado estadual pelo PRTB Rodrigo de Souza Lins, a socialite Marici Junqueira Bernardes, de Araçatuba, e o empresário Rodrigo Albani Borini, filho de um ex-prefeito de Birigui (SP).
- 53 mandados de busca e apreensão
Live em cadeira de ministro
Também em setembro, na 17ª fase, foi preso Aildo Francisco Lima, que participou da invasão do STF e fez uma “live” sentado na cadeira do ministro Alexandre de Moraes.
- Três mandados de prisão preventiva
- Dez mandados de busca e apreensão
General na mira
Na 18ª fase, no fim de setembro, o alvo foi o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes, que ocupou cargo no Ministério da Saúde na gestão de Eduardo Pazuello. Contra ele, foi cumprido um mandado de busca e apreensão. Também houve o bloqueio de bens.
- Um mandado de busca e apreensão
- Bloqueio de bens
19ª Fase
No dia 25 de outubro, a PF cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão. Ao todo, 12 investigados foram alvos.
- Cinco mandados de prisão
- Treze mandados de busca e apreensão
20ª fase
Em 21 de novembro, a PF deflagrou mandados contra alvos que gravaram vídeos durante a invasão ao Palácio do Planalto e os publicaram nas redes sociais, entre eles uma advogada e um influencier digital. Segundo as investigações, eles teriam incitado o enfrentamento com os policiais, que atuavam na contenção dos atos.
- dois mandados de prisão preventiva
- Dez mandados de busca e apreensão
21ª Fase
Em 28 de novembro, a PF cumpriu ações contra suspeitos de criarem grupos nas redes sociais para incitar os ataques às sedes dos Três Poderes.
- Um mandado de prisão preventiva
- Sete mandados de busca e apreensão
Financiadores
Em 30 de novembro, a PF deflagrou a 22ª fase mirando os financiadores dos atos. Os alvos teriam arrecadado valores para as caravanas a Brasília no fim de semana do dia 8 de janeiro.
- Três mandados de prisão preventiva
- 25 mandados de busca e apreensão
Com informações do GLOBO.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/lesa-patria-pf-mira-suspeitos-de-financiar-os-atos-golpistas-de-8-1/