21 de setembro de 2024
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As polícias e as guardas municipais atuantes no estado de São Paulo foram responsáveis por 374 óbitos no 1º semestre de 2024,segundo dados compilados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP).

Os dados representam crescimento de 135 mortes, nos primeiros seis meses do ano. Ou seja, cerca de 53% de mortes a mais, comparado ao mesmo período de 2023. Em cerca de 180 dias, ocorrências com intervenção das polícias e das guardas paulistas somam, em média, dois óbitos por dia.

Há alta nos casos envolvendo policiais durante o serviço, com salto de 179 registros para 318. Os crimes com agentes de folga caíram de 60 para 56, entre 2023 e 2024.

PM lidera ranking

A Polícia Militar é a instituição que mais registrou mortes em ocorrências que atuou. De janeiro a junho deste ano, a corporação foi responsável por 344 óbitos. O crescimento é de 13,95% em relação ao primeiro semestre de 2023, quando foram notificadas 296 mortes. O período inclui casos da Operação Verão, na Baixada Santista.

Os números referentes à Polícia Civil apresentam queda de 33% em 2024. Foram 21 mortes em 2023, diante de 14 nos primeiros meses do ano.

O percentual é parecido na relação entre mortes causadas por policiais civis de folga. No primeiro semestre de 2023, cerca de 31% das mortes por civis foram causadas por agentes que estavam de folga. Em 2024, policiais de folga representam 28% das mortes em intervenção da corporação.

As guardas civis das cidades paulistas apresentaram estabilidade no número de óbitos em ações que atuaram. Nos anos de 2023 e 2024, foram registradas 11 mortes.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) disse que investe continuamente no treinamento do efetivo das forças de segurança e na aquisição de equipamentos com menor potencial ofensivo.

“É importante ressaltar que os casos de Morte Decorrente de Intervenção Policial – MDIP são consequência direta da reação violenta dos criminosos à ação das forças de segurança. Por determinação da Secretaria de Segurança Pública (SSP), todos os casos do tipo são rigorosamente investigados pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento das respectivas corregedorias, do Ministério Público e do Poder Judiciário”, diz o comunicado.

A pasta também destaca o acompanhamento psicológico profissional aos agentes das polícias Civil e Militar.

A CNN procurou a Prefeitura Municipal de São Paulo para um posicionamento sobre as mortes causadas pela Guarda Civil Metropolitana, mas não obteve respostas até a publicação desta matéria.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/intervencao-policial-matou-quase-400-pessoas-no-1o-semestre-de-2024-em-sp/