21 de setembro de 2024
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O líder comunitário Allan Oliveira, atuante na Zona Oeste do Rio, acumula, além das suspeitas no caso do vídeo íntimo de Pedro Paulo, uma possível participação num episódio de extorsão de uma idosa da comunidade da Gardênia Azul, mesma região em que ele costuma circular.

Oliveira diz ter sido coagido a apagar imagens de Pedro Paulo gravadas por uma amiga que apresentou ao deputado, em 2020. Mas ele próprio teria cobrado R$ 6 mil dessa moradora da Gardênia, ano passado, para impedir a demolição de um muro irregular pela Prefeitura do Rio, segundo informações do colunista Lauro Jardim, do Globo.

Embora desconectado do episódio do vídeo, o relato da possível extorsão é mais ponto controverso no histórico de Oliveira. Conforme revelou mais cedo a colunista Malu Gaspar, a equipe de Alexandre Ramagem (PL) vê potencial nos relatos do líder comunitário para desgastar Pedro Paulo, caso ele seja confirmado vice na chapa de Eduardo Paes à reeleição. Por ora, Pedro recuou da disputa.

No episódio que a campanha de Ramagem exploraria, Oliveira disse à Polícia Civil do Rio ter sido ouvido de uma aliada de Pedro Paulo que levaria “dois tiros na cabeça” se não destruísse o vídeo.

Acontece que Oliveira também é acusado de ter ameaçado, em março de 2023, a então subprefeita da região de Jacarepaguá, Talita Galhardo. Hoje pré-candidata a vereadora do Rio pelo PSDB, ela prestou queixa contra Oliveira na 32ª DP (bairro da Taquara) afirmando que o homem prometeu acionar o Comando Vermelho para fuzilar ela e um dos servidores da subprefeitura.

Por trás da ameaça estava justamente o muro pelo qual Oliveira teria cobrado R$ 6 mil para manter em pé, apesar da determinação de derrubada pela Subprefeitura de Jacarepaguá, chefiada por Talita. A construção avançava sobre uma calçada de uma das principais vias da Gardênia (veja foto abaixo).

À Talita e os servidores da administração municipal, Oliveira dizia na ocasião que o muro era parte de casa de sua tia e, por isso, argumentava — de maneira ameaçadora — para que não fosse derrubado. Quando essa mesma idosa (supostamente tia de Oliveira) foi abordada por agentes da Prefeitura, ela afirmou que havia pagado R$ 6 mil a um assessor da subprefeita para que o muro fosse mantido.

O suposto assessor, conforme a moradora da Gardênia relatou aos agentes, seria Oliveira.

Só que Oliveira não trabalhava para a subprefeitura — e, portanto, teria mentido para a idosa. E, mesmo que trabalhasse no serviço público, ele jamais poderia ter aceitado recursos para barrar a demolição. Por conta da suspeita de extorsão, Oliveira e Talita discutiram na ligação telefônica em que ela foi ameaçada. O homem era visto por membros da gestão de Paes como um militante político favorável ao grupo do prefeito, daí o diálogo existente entre ele e os integrantes da subprefeitura.

A ameaça já foi relatada por Talita à Polícia Civil do Rio por Talita, quando a ocorrência foi registrada. Hoje à tarde, a ex-subprefeita presta novo depoimento. Nele, narra o contexto do episódio e os detalhes da possível extorsão que teria sido praticada por Oliveira, antes da ligação ameaçadora.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/lider-comunitario-envolvido-no-video-intimo-de-pedro-paulo-e-suspeito-de-participar-de-extorsao-de-idosa-na-gardenia-azul/