Em 2022, a atividade comercial brasileira contava com 1,4 milhão de empresas, empregando 10,3 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Anual de Comércio (PAC) 2022 do IBGE. Apesar de uma queda de 0,7% no número de ocupados na última década, o setor registrou um aumento de 2,6% em relação ao ano anterior, superando pela primeira vez o patamar pré-pandemia de 2019, com um crescimento de 1,5% (157,3 mil pessoas).
Marcelo Miranda, analista da pesquisa, destacou: “Desde 2019, o ano de 2022 foi o primeiro que registrou uma recuperação plena da empregabilidade depois das perdas durante a pandemia, mas ainda não chegamos ao patamar de 2013/2014, quando foram registrados os maiores números da série histórica, com 10,4 e 10,6 milhões de pessoas ocupadas, respectivamente.”
Em 2022, a maior parte dos trabalhadores do comércio estava no varejo (7,6 milhões, ou 73,5% do total), com o restante distribuído entre o atacado (1,9 milhão, ou 18,4%) e o segmento de veículos, peças e motocicletas (846,2 mil, ou 8,2%). Esta é a maior participação do atacado desde 2007.
Setores com maior crescimento e declínio
Os setores que mais cresceram em termos de ocupação nos últimos dez anos foram hipermercados e supermercados (392,1 mil pessoas), comércio varejista de produtos farmacêuticos, perfumaria, cosméticos e artigos médicos, ópticos e ortopédicos (149,0 mil), e comércio por atacado de matérias-primas agrícolas e animais vivos (34,6 mil). Em 2022, o setor de hiper e supermercados empregava 1,5 milhão de pessoas, representando 14,8% dos ocupados no setor comercial.
Em contraste, os setores com maiores quedas foram comércio varejista de tecidos, vestuário, calçados e armarinho (-289,9 mil pessoas), comércio varejista de material de construção (-110,4 mil), e comércio varejista de produtos novos e usados sem especificação (-77,4 mil).
Porte médio das empresas e salários
Em 2022, o porte médio das empresas comerciais era de sete pessoas, ligeiramente acima da média de seis pessoas em 2013. O segmento de hiper e supermercados liderava com uma média de 119 pessoas por empresa, enquanto representantes e agentes do comércio tinham a menor média, com uma pessoa.
O salário médio no setor era de 2,0 salários mínimos (s.m.), sendo maior no atacado (2,9 s.m.) em comparação ao segmento de motocicletas, peças e veículos (2,3 s.m.) e ao varejo (1,7 s.m.). O comércio por atacado de máquinas, aparelhos e equipamentos, incluindo TI e comunicação, e de combustíveis e lubrificantes, pagavam os maiores salários médios (4,4 s.m.).
Receita e margem de comercialização
Em 2022, as empresas comerciais registraram uma receita bruta total de R$ 7,2 trilhões, com o atacado representando 51,0% desse total, a maior participação desde 2007. A margem de comercialização foi de R$ 1,4 trilhão, com o varejo contribuindo com 50,3%.
Comércio regional
O Sudeste manteve a liderança em receita bruta de revenda (48,0%), embora essa participação tenha caído desde 2013. Em termos de ocupação, o Sudeste contava com 5,2 milhões de trabalhadores, uma queda de 2,9% desde 2013. As regiões Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte seguiram no ranking.
Crescimento da comercialização pela internet
Entre 2019 e 2022, o número de empresas que utilizaram a internet para comercialização cresceu 79,2%, passando de 1,9 mil para 3,4 mil empresas. O setor de informática, comunicação e artigos de uso doméstico liderou em participação, apesar de uma queda de 4,2 pontos percentuais desde o período pré-pandemia.
A Pesquisa Anual de Comércio (PAC) 2022 busca identificar as características estruturais do comércio no Brasil, incluindo dados sobre pessoal ocupado, salários, receitas, custos e despesas, margem de comercialização e valor adicionado, abrangendo Brasil, grandes regiões e unidades da federação.
Fonte: https://www.ocafezinho.com/2024/07/30/ibge-comercio-atinge-novo-patamar-e-gera-milhares-de-empregos/