Na última semana, uma nova descoberta do Perseverance pode ter encontrado algo buscado há muito tempo: vida em Marte. Mas é preciso ter calma, as amostras ainda são iniciais e a confirmação se os elementos encontrados realmente são orgânicos só poderá ser feita (o que deve levar bastante tempo). De acordo com uma das pesquisadoras que atuam no projeto do rover, esses novos indícios podem ser uma grande mudança de paradigma.
De acordo com a NASA, o rover coletou uma rocha em forma de ponta de flecha apelidada de “Cheyava Falls”, a amostra contém características fascinantes que podem incidir sobre se Marte foi o lar de vida microscópica no passado distante.
A pequena rocha passou por análises iniciais feitas pelos instrumentos de bordo do próprio Perseverance. Os resultados mostram que a amostra se encaixa nos critérios de definição de um possível indicador de vida antiga.
Há muitas partes que discutem o que significaria ter evidências conclusivas para a vida em Marte. Há muitas maneiras de abordá-lo, e as pessoas querem ser muito conservadoras sobre isso, porque uma vez que você cruza essa linha, você não pode voltar. A descoberta da vida além da Terra é tão profunda, tão mudança de paradigma, você tem que acertar. É por isso que é tão emocionante ver uma amostra como essa, porque temos a oportunidade de explorar esse espaço, para ver se encontramos essa evidência”, disse Amy Williams, astrobióloga da Universidade da Flórida que faz parte da equipe científica Perseverance, ao Space.com.
Quando vamos saber se amostras realmente são de vida?
Mas, confirmar se realmente as amostras indicam a presença de vida no Planeta Vermelho é algo complexo e só poderá ser feito aqui da Terra. Isso dependeria da Mars Sample Return, missão da NASA para colher amostras em Marte e que pode estar comprometida.
“O instrumento a bordo da Perseverance não é feito para fazer essa detecção e confirmação; são realmente as análises que podemos realizar na Terra. Pela primeira vez em nossa história de exploração de Marte, realmente temos uma boa chance de poder dizer algo sobre se há evidências de vida antiga em Marte ou não”, completou a especialista.
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Esta é a detecção de sinal de orgânicos mais atraente que o rover fez até agora. [A presença de orgânicos] sempre será uma maneira de fazermos a triagem de amostras de interesse; o carbono orgânico compõe toda a vida como a conhecemos na Terra. Mas é importante notar que o carbono orgânico pode ser feito de forma abiótica, ou seja, sem vida. Pode ser feito por processos geológicos, e é feito em meteoritos que foram entregues à superfície de Marte ao longo de sua história
Amy Williams
A amostra foi coletada no dia 21 de julho e é a 22ª coleta de rocha feita pelo Perseverance desde que ele chegou no Planeta Vermelho. A pedra estava na borda norte de Neretva Vallis, um antigo vale fluvial medindo 400 metros de largura que foi esculpido pela água que correu para a Cratera de Jezero há muito tempo.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/08/02/ciencia-e-espaco/e-uma-mudanca-de-paradigma-diz-cientista-do-perseverance-sobre-indicios-de-vida-em-marte/