21 de setembro de 2024
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Os advogados do prefeito de São Paulo e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), enviaram uma representação à Delegacia Especializada em Crimes Cibernéticos pedindo a abertura de um inquérito por calúnia contra Rosângela Crepaldi. Rosângela, que está sendo investigada pela Polícia Federal, gravou um vídeo acusando o prefeito de ter recebido repasses de um esquema conhecido como máfia das creches quando ele era vereador.

A defesa de Nunes, liderada pelo advogado Daniel Bialski, argumenta que o prefeito é alvo de “artimanha e maquinaria fomentada por terceiros, sabidamente opositores ao atual governo” e que Rosângela faz “imputações sabidamente falsas” com o objetivo de manchar a honra de Nunes. Eles afirmam que o conteúdo do vídeo é ofensivo, estrategicamente divulgado durante o período eleitoral para descredibilizar o prefeito e influenciar o eleitorado.

Os advogados do prefeito também afirmam que o vídeo busca “atrair o interesse inesgotável da imprensa sensacionalista” e inicialmente pediram a exclusão da gravação, divulgada pelo jornal “Folha de S.Paulo”, em diversos canais de notícias. No entanto, em uma representação complementar, recuaram do pedido para não incorrer em “censura ou tentativa de silenciar o direito à imprensa”. Eles afirmam que o objetivo é evitar danos irreparáveis à reputação do prefeito e impedir a propagação desenfreada do conteúdo do vídeo para fins eleitoreiros e políticos.

Além disso, a defesa de Nunes pede a quebra de sigilo telemático e telefônico de Rosângela e a decretação de busca e apreensão em seus endereços para inspecionar seu aparelho celular. A defesa de Rosângela Crepaldi afirmou que ainda não foi citada sobre o caso.

Entenda o caso

Reportagem do jornal “Folha de S.Paulo” publicada nesta terça (30) traz um vídeo de Rosângela Crepaldi, mulher investigada pela Polícia Federal sobre o caso que ficou conhecido como máfia das creches, afirmando que Nunes, quando era vereador, recebeu verbas desviadas de escolas de ensino infantil de São Paulo. Segundo a mulher, Nunes era ligado à Associação Amiga da Criança e do Adolescente (Acria), que administra unidades de Educação Infantil na cidade, e teria recebido dois cheques da entidade.

A Polícia Federal concluiu o relatório das investigações sobre o caso nesta semana. Os investigadores entenderam que houve um esquema de desvio de verbas em creches administradas por organizações sociais e consideraram necessária a continuidade das investigações sobre o prefeito Ricardo Nunes. Segundo a PF, pesam contra Nunes suspeitas de lavagem de dinheiro.

A PF indiciou 116 pessoas e, em relação a Ricardo Nunes, indicou que sejam extraídos dados de outros processos e de sigilos bancários para que seja apurado sua relação com o suposto esquema.

Em entrevista concedida na quarta-feira, Nunes negou irregularidades e apontou objetivo eleitoral nas acusações, dizendo que “em nenhum momento” foi indiciado ou investigado nesse caso.

— Estamos a dois meses da eleição, infelizmente sempre tem essa situação das pessoas criarem contexto. Esse processo tem mais de 20 mil folhas, em nenhum momento aparece a citação do meu nome, inclusive há mais de dois anos foi pedido para mim alguns esclarecimentos. Prestei todas as informações necessárias. Nunca tive nenhum indiciamento, não tenho nenhum processo, nenhuma condenação. Então a gente tem uma pessoa que está indiciada, que tem uma questão muito forte com relação à prática de ilegalidades, querendo atuar num processo eleitoral de uma forma totalmente injusta— falou.

Com informações de o Globo.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/prefeito-de-sao-paulo-pede-investigacao-de-mulher-que-o-acusa-de-ter-recebido-propina-da-mafia-das-creches-quando-era-vereador/