Um dos maiores mistérios da Primeira Guerra Mundial foi solucionado: restos mortais de um soldado cujo nome permanecia uma incógnita desde 2004 – ano em que a ossada foi encontrada – foram finalmente relacionados a Charles McAllister, que atuou no confronto como um soldado de Primeira Classe.
Os restos de McAllister foram descobertos por arqueólogos franceses ao lado dos de outro soldado, Francis Lupo, que, graças ao nome gravado em sua carteira, foi identificado rapidamente. O mesmo, infelizmente, não aconteceu com Charles, que foi levado para o Havaí e apelidado de CIL 2004-101-I-02.
Entenda:
- Após 20 anos, restos mortais de um soldado da Primeira Guerra Mundial encontrados em 2004, na França, foram identificados;
- A ossada de Charles McAllister estava enterrada na mesma cova de um outro soldado, Francis Lupo, que foi facilmente identificado;
- Porém, sem pistas significativas, McAllister permaneceu sem identificação por anos;
- Dois botões e uma medalha serviram como ponto de partida para a equipe de investigadores;
- Com uma lista de nomes de soldados desaparecidos do cemitério Aisne-Marne e outros registros militares, os pesquisadores finalmente conseguiram chegar até a neta do irmão de Charles;
- Análises de DNA confirmaram, de uma vez por todas, a identidade do soldado, que deve ser sepultado com honras militares em 21 de agosto.
Jay Silverstein, do Departamento de Química Forense na Universidade de Nottingham Trent, esteve envolvido na investigação da ossada desde que ela chegou ao laboratório de identificação no Havaí, e descreveu toda a trajetória no The Conversation. “Descobrir a identidade dos restos mortais foi considerado impossível na época”, lembra.
Sem pistas significativas, Jay começou sua investigação com base em algumas informações do corpo encontrado ao lado de McAllister. “Eu sabia quando Francis Lupo tinha desaparecido e, como eles foram enterrados na mesma cova sem identificação, foi fácil presumir que eles morreram aproximadamente na mesma hora, 21 de julho de 1918, e mais ou menos no mesmo local.”
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Teste de DNA confirmou identidade de soldado da 1ª Guerra Mundial
Os investigadores também estavam analisando dois botões do uniforme de Charles, um deles com uma gravação “WA” e o outro com um “2” e um “D” entre dois rifles cruzados – indicando que o soldado tinha sido um membro da guarda nacional de Washington, no 2º regimento da companhia D. Uma medalha também apontava que ele havia servido na fronteira com o México.
Analisando nomes de soldados desaparecidos em monumentos do cemitério americano Aisne-Marne, na França, e os registros da Guarda Nacional de Washington, Silverstein chegou a uma lista com quatro potenciais candidatos. Ao reunir seus registros militares, a lista foi reduzida apenas a Charles McAllister.
As informações levaram a equipe até Beverly Dillon, neta do irmão de Charles. Graças a uma análise de DNA mitocondrial, não houve dúvidas: os restos mortais sem identificação há duas décadas eram do soldado McAllister. Outra amostra coletada de um membro masculino da linhagem reforçou a descoberta.
E graças ao trabalho da equipe de Silverstein, após todos os esses anos, o soldado Charles McAllister finalmente vai poder ser sepultado – com honras militares – em Seattle, sua cidade natal, no dia 21 de agosto.
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