Senado já considera Galípolo o próximo presidente do BC

O Senado já considera praticamente certa a indicação de Gabriel Galípolo como próximo presidente do Banco Central (BC). Atualmente ocupando o cargo de diretor de Política Monetária, Galípolo é apontado como o principal candidato para suceder Roberto Campos Neto, cujo mandato termina no final do ano. Vanderlan Cardoso (PSD-GO), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), comentou: “Não haverá surpresas de última hora quanto ao nome dele. Acho que é o Gabriel mesmo.”

Cardoso adiantou que a sabatina e a votação da indicação serão realizadas rapidamente. “Não vou segurar o processo,” afirmou. A CAE é responsável por conduzir a sabatina e votar a indicação, que posteriormente precisará ser aprovada pelo plenário do Senado. Embora o mercado financeiro espere que a indicação ocorra em agosto, alguns senadores preferem que a decisão seja tomada em setembro, após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Declarações e perfil de Galípolo

No dia 8 de agosto, uma declaração de Galípolo no Congresso Brasileiro das Cooperativas de Crédito em Belo Horizonte chamou a atenção do mercado. Ele afirmou que aumentaria os juros se necessário para atingir a meta de inflação, uma posição que foi bem recebida e ajudou na valorização da Bolsa, além de contribuir para a queda do dólar e dos juros futuros.

O economista destacou que faz parte do grupo de diretores do BC que considera o balanço de riscos para a inflação assimétrico, com mais fatores indicando uma possível alta nos preços. “O balanço é assimétrico não só porque temos mais itens de risco para alta da inflação, três [fatores de alta], contra dois de risco de baixa”, explicou.

Aprovação e sabatina

O presidente da CAE acredita que Galípolo não encontrará dificuldades para ser aprovado. “Ele já foi sabatinado e teve o apoio da maioria dos senadores em sua indicação para a diretoria. Ele é muito bem visto no Senado,” disse Cardoso. Além disso, Galípolo manteve boas relações com os diretores anteriores, sem destoar do grupo.

O Palácio do Planalto está acompanhando de perto o processo e deseja evitar que a indicação se prolongue, o que poderia abrir espaço para críticas da oposição. Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo, ressaltou que a sabatina deve ser rápida para evitar especulações.

Embora nomes como Candido Bracher e Marcelo Kayath também tenham sido considerados, a expectativa é que Galípolo seja a escolha final.