22 de setembro de 2024
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A queda do avião ATR 72-500 da Voepass deixou 62 vítimas em Vinhedo, no interior de São Paulo, na última sexta-feira (9).

A aeronave saiu de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Às 13h22, o avião despencou e perdeu mais de cinco quilômetros de altitude em dois minutos. 

Considerando o local da ocorrência reportado pelo Corpo de Bombeiros, a aeronave estava a cerca de 70 km do destino final.

O voo 2883 da Voepass transportava 58 passageiros e quatro tripulantes. Até o momento, 35 corpos foram identificados pelo Instituto Médico-Legal (IML) Central, na capital paulista, e 17 foram liberados aos familiares.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ligado à Força Aérea Brasileira (FAB), conduz a investigação para descobrir as causas para a queda.

Este é o sexto acidente aéreo mais letal da história do Brasil. 

A aeronave fabricada na França, antes da tragédia, já sofreu um dano estrutural em março deste ano e não registrava parte das informações da caixa-preta. Porém, o avião é considerado “seguro e eficiente”.

Veja a seguir o que sabemos sobre a aeronave até agora.

Falta de registros na caixa preta

O avião modelo ATR 72-500 da Voepass operava com uma autorização para não registrar oito informações de voo na caixa-preta.

A permissão foi dada pela Agência Nacional de Aviação (Anac), que concedeu uma licença provisória para que a aeronave não registrasse importantes parâmetros nos gravadores digitais do voo.

Entre eles estão dados sobre os freios, pressão hidráulica e as forças de comando dos controles (volante, coluna e pedais). A falta de dados sobre as forças de comando sobre os três eixos da nave podem comprometer a investigação do Cenipa, segundo o especialista Jorge Leal Medeiros.

A determinação da Anac está vigente para qualquer ATR 72-500 da companhia aérea até setembro deste ano.

O órgão informou que consulta previamente ao Cenipa para conceder isenções de requisitos que têm efeitos na investigação de acidentes. A autoridade ainda afirma que os parâmetros isentados não configuram prejuízo às investigações em curso.

Dano estrutural em março de 2024

A aeronave sofreu um dano estrutural durante um pouso no último dia 11 de março. O ATR viajava de Recife para Salvador.

Segundo um relatório do Cenipa, incidente foi gerado por uma falha de um dos componentes da aeronave, que apresentou baixo nível de óleo hidráulico. O problema foi causado após um “contato anormal com a pista”. 

O Cenipa esclareceu que esse “contato anormal” está relacionado a “pousos bruscos”, quando ocorre o toque precoce da roda do trem dianteiro, batida da cauda no solo e toques de ponta de asa durante as operações de pouso ou decolagem.

Na ocorrência, consta que o avião passou por uma manutenção e prosseguiu viagem. A informação foi confirmada à CNN pela Força Aérea Brasileira.

Aeronave “segura e eficiente”

O avião ATR 72-500 da Voepass é “seguro e eficiente”, afirmou o ex-investigador do Cenipa, Coronel Rufino Ferreira. Ele destacou que é uma aeronave extremamente segura e tem duplicidade de sistemas.

O especialista ainda enfatizou que o ATR é uma aeronave certificada e oferece condições adequadas para os pilotos lidarem com diversas situações de emergência.

O apresentador da CNN William Waack, que também é piloto amador, afirmou que o avião é um modelo consagrado e bem-sucedido no mercado.

“É um design vencedor, é um avião que fez sucesso. Ele faz sucesso porque ele é seguro, porque ele é excelente para esse tipo de viagem”, afirmou Waack.

O ATR é muito utilizado na aviação regional e é ideal para distâncias médias. O jornalista ressaltou que se trata de um dos aviões mais modernos disponíveis em comparação com modelos que operam há mais de 30 anos.

Ficha técnica

Operador: Passaredo Transportes Aéreos S.A.

Fabricante: ATR – GIE AVIONS DE TRANSPORT RÉGIONAL

Ano de fabricação: 2010

Modelo: ATR-72-212A (500)

Número de assentos: 74

Número de passageiros: 68

Comprimento: 27 metros

Envergadura: 27 metros

Altura: 7,65 metros

Autonomia de voo: 1.324 km

Peso máximo permitido: 7 mil kg

Acidente em Vinhedo (SP) é o 5º pior da história envolvendo ATR 72

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/o-que-sabemos-sobre-as-condicoes-do-aviao-da-voepass-que-caiu-em-vinhedo/