22 de setembro de 2024
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O número de candidatos registrados para as eleições municipais de 2024 diminuiu em comparação a 2020, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A queda é a primeira desde 2008.

Até às 19h30 desta quinta-feira (15), após o fim do prazo de registro de candidaturas, foram contabilizados 453.302 registros de candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador, segundo o site do TSE. Em 2020, esse número foi de 557.678 candidatos, conforme os números da Corte.

Embora o prazo para registro de candidaturas pelo sistema online do TSE tenha terminado às 8h, e o prazo para entrega presencial na Justiça Eleitoral às 19h, ainda pode haver ajustes nos números, mas não a ponto de reverter a tendência de queda. No cenário atual, a redução em relação a 2020 é de 19%.

Os dados mostram uma diminuição nas candidaturas para os três cargos em disputa em 2024:

  • Para prefeito, houve cerca de 15 mil registros, uma redução de 21% em relação aos 19 mil de 2020;
  • Para vice-prefeito, o recuo foi semelhante: 15,5 mil registros ante 19,8 mil na eleição anterior;
  • Para vereador, o número caiu para 422,5 mil, 19% a menos que os 518,5 mil de quatro anos atrás.

Em relação aos partidos, Novo (1.108%), DC (41%) e PMB (40%) apresentaram o maior crescimento proporcional de candidaturas, enquanto Cidadania (-72%), PCdoB (-71%) e PV (-62%) tiveram as maiores quedas.

Em 2022, o Cidadania formou uma federação com o PSDB, pela qual as duas legendas atuam como uma só durante, pelo menos, 4 anos. O PCdoB e o PV fizeram o mesmo com o PT.

Para Vera Chaia, doutora em ciência política e professora de Política da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, a descrença na política, os custos das campanhas eleitorais e as limitações impostas por coligações às legendas são hipóteses para explicar a queda.

– É preciso analisar a relação entre os partidos políticos com as regiões e candidatos, já que os partidos preferem aqueles que possuem maior capital político e que tragam rendimentos políticos para as legendas – observa a especialista.

O cientista político Jairo Nicolau, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta que o país passa por um processo de compactação do quadro partidário, com o fim das coligações, por exemplo, reduzindo o número de partidos que conseguiram eleger vereadores em 73% das cidades em 2020, o que diminui a margem para erro das legendas.

– Se um candidato a prefeito numa cidade média não é competitivo ou não há recursos, você está perdendo tempo. Vários partidos passaram a fazer essa conta porque o cenário agora é de restrição – ressalta Nicolau.

Com informações do g1.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/numero-de-candidatos-registrados-para-concorrer-as-eleicoes-municipais-cai-19-em-relacao-ao-pleito-de-2020/