Alguns deputados da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) negaram, nesta terça-feira (20/08), que foram pressionados pelo governador Cláudio Castro para não apoiar a reeleição de Eduardo Paes em função das críticas que o prefeito vem fazendo ao governo.
Irritado com os ataques, o chefe do Poder Executivo Estadual vem exonerando todos aqueles que declararam apoio à reeleição de Paes. A primeira vítima foi o secretário estadual de Energia e Economia do Mar, Felipe Peixoto, do PSD do governante da Capital.
Val Ceasa (Patriota), por exemplo, disse que não se encontrou com o governador para tratar do assunto e garantiu seu apoio a Paes. O parlamentar estava ameaçado de perder seus cargos no Centro Estadual de Abastecimento (Ceasa).
“Desconheço essas informações. O governador nunca me pressionou em nada, até então porque sou base do governo e ele me respeita. Assim como o respeito, mas sobre as falas do prefeito contra o governador, acho que não são apropriadas. O Eduardo Paes errou muito, aí eu concordo com o governador em ficar chateado. Sou amigo do Eduardo Paes também, mas não do erro dele”, disse Val.
Dionísio Lins (PP), por sua vez, tem uma longa ligação com Paes. Ele e sua esposa, a vereadora candidata à reeleição, Vera Lins (PP), já fizeram, inclusive, agenda com o prefeito.
A família tem cargos nos dois lados. No estado, comanda o Instituto de Pesos e Medidas (Ipem). Já na prefeitura do Rio, indicou o superintendente executivo da Fiscalização de Táxi e de Transporte Individual de Passageiros, o coronel da Polícia Militar Lúcio Flávio Baracho de Sousa.
O deputado Dionísio Lins (PP), por sua vez, evitou dizer abertamente em quem vai votar. Ele optou em seguir a mesma linha de discurso de Val Ceasa, deixando claro que jamais sofreu nenhum tipo de constrangimento ou de pressão do governador Cláudio Castro.
“Inclusive em todo material de propaganda que será distribuído, não constará o nome de nenhum candidato a prefeito. Tudo com o conhecimento do presidente nacional e líder do Progressista, Dr. Luizinho. Continuo e sempre continuarei do lado do governador Cláudio Castro” afirmou Lins.
Treta entre Paes e Castro
No último fim de semana, depois de Paes voltar a associar Ramagem a Castro e ao ex-governador Wilson Witzel, alvo de impeachment em 2021, o chefe do Guanabara atacou duramente.
“É isso mesmo: Claudio Castro é Ramagem, o Witzel das eleições de 2024! Aliás, os responsáveis pela segurança pública no Rio!”, postou Paes.
Em resposta direta ao prefeito nas redes sociais, voltou a dizer que ele seria um “estelionatário” que, na verdade, estaria interessado apenas na eleição estadual de 2026, repetindo ataque que já havia feito após o primeiro debate da campanha.
Nas publicações, contudo, ele elevou o tom a patamares inéditos e acusou Eduardo Paes de ser “nervosinho” e “traidor”.
“O povo será o próximo a ser traído”, escreveu Castro. “Aliás, Eduardo é o maior colecionador de traições da história do Brasil: já traiu Cesar Maia, Lula, Dilma, Pezão e o seu sócio e pai, Sérgio Cabral”.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/deputados-negam-pressao-de-claudio-castro-por-apoiar-reeleicao-de-eduardo-paes/