Com a campanha para a Prefeitura da capital calçada em pedidos de dinheiro via Pix, uma vez que seu partido não tem acesso ao fundo eleitoral, o influencer Pablo Marçal (PRTB) declarou ter recebido, até essa terça-feira (20/8), R$ 544 mil em doações de apoiadores.
Os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que 53% desse montante vêm de doadores cujos CPFs são de fora do estado de São Paulo, segundo levantamento feito pelo portal Metrópoles.
Até terça, apenas Marçal, Marina Helena (Novo) e Tabata Amaral (PSB) já haviam iniciado o processo de prestação de contas de suas campanhas, tornando público receitas e despesas na eleição.
Todo dinheiro recebido pelas candidaturas precisa ser informado à Justiça Eleitoral, mesmo aquele que vem do fundo eleitoral. A forma como o recurso é gasta, com indicação do recebedor, também precisa ser transparente.
Para a Prefeitura de São Paulo, o TSE determinou que as campanhas poderão ter um gasto máximo de R$ 67,2 milhões no primeiro turno.
No caso de Marçal, o influencer tem banners postados em sua conta no Instagram para pedir doações por Pix. Cada doador, segundo a legislação eleitoral, pode transferir às campanhas o equivalente a 10% da renda total anual informada durante a declaração do imposto de renda anterior.
Marçal tem 12,8 milhões de seguidores em seu perfil na rede, e o pedido não faz restrição à origem da doação – se virá de um cidadão que mora na cidade de São Paulo e pretende votar no influencer ou não.
Ao todo, 10.473 doações por Pix foram recebidas por Marçal, segundo as informações de sua candidatura. Mas, dos R$ 544 mil somados até aqui, R$ 217 mil vieram de CPFs emitidos em São Paulo, um total de 3.198 pessoas.
O número de doadores paulistas pode ser um pouco maior, porque 751 depósitos informados pela candidatura foram cadastrados como “recurso de origem não identificada”, que terão de ser ajustados posteriormente. Os CPFs que não são de São Paulo doaram R$ 291 mil, ainda de acordo com os dados do TSE.
Dos dois maiores doadores de campanha do candidato, com R$ 100 mil em repasses cada, um é de São Paulo, o bilionário de origem judaica Helio Seibel, do Grupo Ligna, nascido no Bom Retiro, centro da cidade.
O outro, o também empresário Hélio Paulo Ferro Filho, é de Goiás. Ferro Filho já foi preso por porte ilegal de arma em seu estado, há dois anos.
Procurada pela reportagem para comentar as doações feitas por pessoas com CPFs de fora do estado, a campanha de Marçal não retornou. O espaço segue aberto.
Com informações do Metrópoles.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/mais-da-metade-das-doacoes-em-pix-recebidas-pela-campanha-de-marcal-vem-de-cpfs-que-nao-sao-de-sp/