IBGE: população do Maranhão começará a encolher em 2034

Após a divulgação dos resultados do censo demográfico 2022, o Maranhão, dentre outras unidades federativas (UFs) , principalmente da região Nordeste, apresentou taxa de crescimento anual da população nos últimos 12 anos, datas das duas últimas jornadas censitárias, de 0,25%, abaixo da média do Brasil (0,52%).

A população do Maranhão cresceu, portanto, abaixo da média do país, invertendo o que aconteceu no decênio 2000-2010, quando a população desse Estado tinha crescido a uma taxa anual de 1,54% e a do Brasil, 1,18%. Esse fato constatado no censo demográfico 2022 aliado a outras estatísticas levantadas pelo IBGE, a exemplo das Estatísticas do Registro Civil, nascimentos e óbitos, levou o IBGE a realizar uma nova revisão de projeção da população, levando em conta o interstício temporal de 2000 a 2070.

Evolução da população do Maranhão a partir de 2022

Partindo de uma população devidamente ajustada e conciliada para 1º de julho de 2022 de 6.998.087 pessoas, em 2033, o Maranhão atingirá o ponto máximo da população residente no Estado: 7.048.057 pessoas. A partir de 2034, a população começará a regredir quantitativamente: 7.047.535. Esse desvio no montante de pessoas residentes no Brasil, dar-se-á mais tarde: 2042.

Em 2041, o Brasil atingirá o ponto máximo da curva de população residente em seu território: 220.425.289 pessoas. No ano seguinte, 2042, 220.410.190 habitantes.

Nascimentos

O número de nascidos vivos no Maranhão está em queda. A partir de 2022, o número de nascidos vivos no Maranhão começou a ficar abaixo dos 100.000. Em 2000, por exemplo, conforme esse trabalho do IBGE, no Maranhão houve 162.414 pessoas nascidas vivas. Em 2070, último ano da série construída pelo IBGE, no Maranhão, haverá 43.418 pessoas nascidas no Estado.

Em nível de Brasil, fora o período de 2014 a 2018, o número de nascidos vivos começou a ficar abaixo de 2,5 milhões. Em 2000, nasceram mais de 3,5 milhões de pessoas no país. Em 2043, nascerão no Brasil menos de 2,0 milhões de pessoas.

Taxa bruta de natalidade (TBN)

Conforme avaliação do estudo de projeção de população para o Maranhão, o número de nascidos vivos vai decrescendo, a TBN, com o tempo, no Maranhão, tende a diminuir initerruptamente, encetando esse processo desde 2010. Em 2024, no Maranhão a TBN era de 13,7 nascidos vivos para cada grupo de 1.000 habitantes residentes. No Brasil, esse indicador foi de 11,7. No final da série, 2070, no Maranhão, a TBN tende para 7,1. No Brasil, 7,5.

Taxa de fecundidade total (TFT)

A TFT indica o número de filhos por mulher em idade fértil. O Maranhão terminou o século XX com uma TFT de 3,2. Esse número vai em queda, com leves oscilações em alguns pouquíssimos anos dos 20 primeiros anos do século XXI, mas, praticamente, desde 2019 vem em curva descendente. Depois do meado do século XXI há sinais de leve movimento de aumento da TFT, mas sem impacto significativo. Em 2024, a TFT do Maranhão foi de 1,7 filhos por mulher, indicador abaixo, pois, do corte que indica reposição da população. No Brasil, em 2024, a TFT foi de 1,5. O ano de 2011 foi o último em que o Maranhão atingiu uma TFT acima de 2,1: 2,2.

É interessante ver a TFT por faixa de idade da mulher. Por esse ponto de vista, percebe-se, ao longo da série 2000 a 2070 que, no Maranhão, enquanto diminui a TFT para mulheres em faixas etárias mais jovens, a exemplo, das que têm entre 20 e 24 anos, em mulheres de 30 a 34, de 35 a 39 e de 40 a 44, apresenta-se forte tendência de se elevar o número de filhos por mulher.

Óbitos

Fora o período atípico mais recente, 2020-2021, marcado pela pandemia causada pelo coronavírus, o número de óbitos tende a seguir movimento mais uniforme de crescimento, sendo que, por muitos anos ainda, os óbitos masculinos ultrapassaram os óbitos femininos. Violência a atingir predominantemente jovens masculinos e descuido com saúde própria das pessoas desse sexo explicam esse comportamento relativo aos óbitos. Por volta de 2048, no Maranhão, o número de óbitos tenderá a suplantar os nascimentos. No Brasil, esse fenômeno se dará por volta de 2042.

Taxa bruta de mortalidade (TBM)

A TBM é o quociente entre total de pessoas que morreu no ano civil e a população total no meado desse mesmo ano. Se, para o período 2023 a 2026, a TBM no Maranhão foi 6,3, isto é, para cada 1.000 pessoas residentes no Maranhão em 1º de julho de cada ano, morrem entre 6 e 7 pessoas, em 2063, se atingirá o dobro desse indicador: 12,2. No Brasil, a TBM, em 2024, foi de 7,1. Ao final da série montada pelo IBGE, 2069 e 2070, se chegará, no Maranhão, ao dobro dessa TBM: 14,1 e 14,3, respectivamente.

Taxa de mortalidade infantil (tminf)

Importante indicador de qualidade de vida com impacto em outros indicadores. Ao final do século XX, o Maranhão tinha 41,8‰ como tminf, ou seja, para cada 1.000 nascidos vivos, cerca de quase 42 deles morriam antes de completar 1 ano de vida. Essa tminf era bem acima da média do país: 28,1‰. Acima do Maranhão, estavam as tminf de AL (48,2‰), da PB (47,6‰) e de PE (42,0‰).

Em 2024, a tminf do Maranhão, que vem decrescendo desde o início do século XXI, embora com algumas oscilações, chegou a 14,6‰. No Brasil, esse indicador em 2024 foi de 12,2‰. A diferença entre Basil e Maranhão diminuiu visivelmente. Nesse ano de 2024, dentre as 27 UFs, o Maranhão tinha uma tminf acima das que seguem: AM (16,6‰), AC (17,1‰), SE (18,2‰), AP (19,2‰) e RR (21,8‰). Tminf semelhante ao Maranhão, em 2024, tinham o PA e o PI.

A diferença entre a tminf do Maranhão e a do Brasil tende a diminuir ao longo do período da série indicada no estudo de projeção de população do IBGE. Em 2070, por exemplo, a tminf do Maranhão será de 6,0‰ e a do Brasil, de 5,8‰.

Idade média

Com o envelhecimento da população, a tendência é a idade da média da população ir aumentando com o tempo. Em 2000, a idade média da população residente no Maranhão era de 25,0 anos, alcançando em 2024, 32,6 anos. Para esses mesmos anos, a idade média da população residente no Brasil foi de 28,3 anos e de 35,9 anos, respectivamente.

Ao longo da série 2000 a 2070, a diferença da idade média da população residente no Maranhão com a da idade média da população residente no Brasil como um todo vai diminuindo, chegando ao ponto de, na última década da série divulgada, essa UF ter uma idade média superior a do Brasil.

Em 2061, a idade média da população residente no Maranhão será a mesma do Brasil: 46,9 anos de idade. No ano seguinte, 2062, a idade média da população residente no Maranhão será superior à idade média da população residente no país: 47,2 e 47,1 anos de idade, respectivamente.

Taxa de envelhecimento

Através dos números gerados para essa projeção de população, é nítido o movimento crescente da participação dos idosos no conjunto da população residente no Maranhão. É uma realidade brasileira, anota-se de passagem. Com isso, podemos gerar um indicador de taxa de envelhecimento, que nada mais é do que a proporção de idosos no conjunto da população. No caso do número aqui gerado, estamos trabalhando como população idosa aquela com 65 anos ou mais de idade.

Ao final do século XX, ano 2000, no Maranhão, a taxa percentual de idosos no conjunto da população residente era de 5,1%. Em cada conjunto de 100 pessoas, cerca de 5 tinham 65 anos ou mais de idade. Ao final da primeira década do século XXI, 2010, esse indicador foi de 6,0%. Em 2024, é de 8,7%.

Ao final da década atual, precisamente em 2029, essa taxa de idoso frente ao conjunto da população será de 10,3%. Para cada grupo de 100 pessoas residentes no Maranhão, pouco mais de 10 terão 65 anos ou mais de idade. Quando se aproximar a metade do século XXI, 2049, o indicador de percentual de idosos será de 20,1%.

É como se 1/5 da população residente no Maranhão tivesse 65 anos ou mais de idade. Ao final da década seguinte, 2057, atingir-se-á a taxa de 25,1%, ou seja, ¼ da população residente no Maranhão terá 65 anos ou mais de idade. De cada 4 pessoas, uma terá a idade de 65 anos no mínimo.

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