21 de setembro de 2024
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Uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (23) pelo Datafolha revelou que a maior parte dos eleitores do Rio de Janeiro (31%) acredita que o próximo prefeito deve priorizar a segurança pública. No entanto, apesar dessa preocupação, a maioria dos entrevistados (61%) se opõe à ideia de permitir o uso de armas de fogo pela Guarda Municipal.

O levantamento também mostrou que 70% dos entrevistados se sentem muito mais inseguros atualmente do que há um ano. Esses resultados apresentam um cenário contraditório para os três principais candidatos à prefeitura do Rio.

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL), que tem a segurança pública como principal tema de campanha, defende o uso de armas por um grupo da Guarda Municipal, desde que seja adequadamente treinado. Já o atual prefeito Eduardo Paes (PSD), que busca a reeleição, tem abordado a segurança pública de forma complementar, relacionando a crise no setor ao governador Cláudio Castro (PL), responsável direto pelo tema, e também ao candidato Ramagem.

Por outro lado, o deputado federal Tarcísio Motta (PSOL) se coloca contra o uso de armas pela Guarda Municipal, argumentando que a corporação pode cumprir seu papel sem estar armada e que aumentar a circulação de armas de fogo na cidade representa um risco.

Segundo a pesquisa, as mulheres são as que mais se sentem inseguras, com 77% relatando esse sentimento, em comparação a 62% dos homens. No entanto, a oposição ao armamento da Guarda Municipal é quase igual entre os gêneros, com 37% das mulheres e 35% dos homens rejeitando a ideia.

Entre os jovens de 16 a 24 anos, a aprovação ao armamento da Guarda é maior, com 58% apoiando a medida. Já entre os eleitores de Ramagem, o apoio é ainda mais expressivo, com 61%. Por outro lado, 73% dos eleitores que se identificam como petistas são contrários à proposta.

Atualmente, o Rio de Janeiro é uma das poucas capitais brasileiras que ainda não permite o armamento de sua Guarda Municipal. A Câmara Municipal discute um projeto de lei para alterar a Lei Orgânica do município, possibilitando a autorização do uso de armas pela corporação. Vale lembrar que, de acordo com a Constituição, a segurança pública é uma responsabilidade dos governos estaduais. No entanto, a complexidade da violência nas grandes cidades fez com que o tema se tornasse também uma prioridade para as prefeituras.

Além da segurança pública, a pesquisa apontou que as outras duas principais preocupações dos eleitores cariocas são a saúde, mencionada por 19% dos entrevistados, e a educação, que foi apontada por 17%.

No que diz respeito à saúde, 62% dos entrevistados disseram ter utilizado algum serviço público do setor no último ano, sendo que a maioria (53%) procurou as Clínicas da Família. As UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) foram a segunda opção mais utilizada, com 40%. A rede pública de saúde recebeu uma nota média de 7,3, em uma escala de 0 a 10.

O transporte coletivo, que é uma das bandeiras da campanha de Eduardo Paes, foi mencionado por apenas 3% dos entrevistados como prioridade para o próximo prefeito. Ainda assim, 77% dos participantes afirmaram ter utilizado algum serviço de transporte público no último ano. O sistema de ônibus municipais foi o mais utilizado, com 74%, seguido pelo BRT, que foi utilizado por 46% dos entrevistados. O BRT recebeu uma nota média de satisfação de 7,6, enquanto o sistema municipal de ônibus teve uma avaliação inferior, com nota média de 5,4.

A pesquisa também trouxe dados sobre a percepção da situação financeira dos cariocas. De acordo com o levantamento, 65% dos entrevistados consideram que sua renda familiar é insuficiente para atender às necessidades. Apenas 8% declararam que recebem mais do que o suficiente, enquanto 27% afirmaram que têm exatamente o que precisam para viver.

A pesquisa do Datafolha foi contratada pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo e ouviu 1.106 eleitores entre os dias 20 e 22 de agosto. O levantamento, registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número RJ-07042/2024, tem uma margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Com informações da Folha de S. Paulo.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/datafolha-31-querem-que-proximo-prefeito-do-rio-priorize-seguranca-mas-maioria-61-sao-contra-uso-de-armas-de-fogo-pela-guarda-municipal/