20 de setembro de 2024
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(Foto: Fernando Correa Losada/ Arquivo Pessoal/ Agência Brasil)

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas, em São Paulo, conseguiu mapear a circulação de uma variante da leishmaniose resistente ao medicamento mais utilizado no Brasil para tratamento da doença.

Os pesquisadores analisaram a amostra de um homem de 46 anos, do Maranhão, que vinha se tratando contra a doença, sem sucesso. Eles identificaram, pela primeira vez no país, uma cepa do parasita resistente ao medicamento anfotericina B, uma das drogas mais utilizadas para tratamento da leishmaniose cutânea.

Após tratamento prévio com dois medicamentos utilizados no país, que não surtiram efeito, o paciente, que também apresentava coinfecção pelo vírus HIV — o que tornava os sintomas da doença ainda mais difíceis de serem tratados — foi tratado com pentamidina e até o momento não apresenta recaída. Foi justamente a resistência aos primeiros tratamentos que motivou o estudo dos pesquisadores da Unicamp.

Segundo os cientistas, a descoberta dessa cepa resistente ao medicamento atualmente utilizado na saúde pública serve como alerta para a necessidade urgente de se buscar remédios alternativos para combater essa parasitose.

A leishmaniose é uma doença infecciosa, sem transmissão entre humanos. Ela é transmitida pela picada de mosca fêmea infectada com o protozoário Leishmania. Existem diferentes formas da doença. A leishmaniose cutânea, que atingiu o paciente maranhense, se caracteriza por feridas na pele, enquanto a mucocutânea pode afetar as partes internas da boca e nariz. Já a visceral, conhecida popularmente como calazar, é o tipo mais grave da doença e pode prejudicar o funcionamento de órgãos como o fígado e o baço.

No Brasil, a leishmaniose é considerada endêmica nos estados do Amazonas, Pará, Rondônia, Tocantins e Maranhão, mas possui registros de infectados nas cinco regiões do país.

*Com informações da Radioagência Nacional

Fonte: https://centraldenoticiasbrasil.com/pesquisadores-descobrem-variante-resistente-da-leishmaniose-no-maranhao/