21 de setembro de 2024
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O candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), e o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL) anunciaram que resolveram suas diferenças e fizeram as pazes. O ex-coach, que havia chamado Carlos de “retardado”, teve uma conversa nesta quarta-feira (28) com o filho de Jair Bolsonaro (PL), que apoia a reeleição de Ricardo Nunes (MDB) na disputa pela prefeitura paulistana.

Carlos comentou nas redes sociais sobre o encontro, destacando que a conversa foi educada e positiva: “Conversei há pouco com Pablo Marçal, foi muito educado e bacana comigo. Expusemos nossos pontos e fico feliz em ter a consciência que queremos rumar nas mesmas direções quando falamos de Brasil”.

Pablo Marçal também mencionou o assunto durante uma entrevista ao podcast Flow, transmitida no YouTube, onde comentou sobre a reconciliação. Essa resolução de conflitos mostra um esforço de ambos os lados para encontrar uma postura mais alinhada em relação aos temas políticos que defendem.

— Hoje foi a primeira vez que eu falei com ele no telefone. Um amigo nosso, o Nikolas (o deputado federal Nikolas Ferreira), me ligou e disse: “Você topa falar com ele?” Eu disse: “Topo”. Resolvemos o nosso problema. Já deve ter postado. Está resolvido — narrou Marçal.

Marçal tem buscado votos do eleitorado bolsonarista, mesmo com o ex-presidente e o PL aliados formalmente a Nunes. Ele afirmou anteriormente que não tem problemas com Bolsonaro, mas sim com Carlos, desde as eleições presidenciais de 2022, quando teria tido conselhos e vídeos rejeitados por conta de uma suposta atuação do vereador nos bastidores.

Em episódio recente, Marçal creditou uma troca de farpas que teve com Bolsonaro pelo Instagram ao filho do ex-presidente, que teria acesso às contas. Em conversa com jornalistas, Marçal disse que a discussão foi uma “presepada” de Carlos, chamado de “retardado mental”. Disse ainda que tenta preservá-lo “em respeito ao capitão”.

No mesmo dia, Carlos sugeriu o voto em Marina Helena, candidata do Novo, diante de uma possível resistência do bolsonarismo em votar “no tal do Ricardo Nunes” na cidade de São Paulo. Depois, emitiu sinais difusos. Afirmou em um primeiro momento que apoiaria quem quer que fosse disputar o segundo turno com o “candidato de Lula”, em referência a Guilherme Boulos (PSOL), abrindo espaço para uma aliança com Marçal.

Na sequência, no entanto, o vereador publicou no X que pretendia processar o empresário e coach goiano. “Acionarei a Justiça através de meu advogado, Antônio Carlos, devido a crimes contra minha honra, injúria e difamação cometidos por Pablo Marçal e também para provar as inverdades ditas em recentes oportunidades”, escreveu o filho de Jair Bolsonaro.

Marçal rebateu pedindo a chave pix para “mandar dinheiro” visando que ele procurasse “tratamento psiquiátrico”. Em outras oportunidades, como em sabatina da CNN Brasil, o ex-coach alfinetou o desempenho de Alexandre Ramagem (PL), candidato bolsonarista no Rio de Janeiro.

— Carlos, cuida da sua eleição aí do Ramagem porque ele está tomando um pau no Rio de Janeiro. Gosto muito do Ramagem, se for precisar de ajuda, eu te ajudo com o digital. Aqui em São Paulo, eu já resolvi. Sou eu contra todo mundo. Eu, Deus e o povo. Você vá cuidar do Rio de Janeiro. Vê se você ganha de novo a eleição para vereador e cuida da prefeitura, porque o Paes vai levar no primeiro turno, como eu aqui em São Paulo.

Como mostrou o jornal, existe resistência entre seguidores de Bolsonaro a pedir votos para Nunes, que rebate dizendo que esse percentual é mínimo dentro da coligação. O prefeito também enfrenta questionamentos dentro do PL a respeito da estratégia de campanha, que estaria morna, abrindo espaço para o crescimento do empresário, comprometido com a pauta ideológica de direita.

— O Nunes vai desfarelar sozinho — declarou Marçal na mesma entrevista ao podcast Flow. Ele aparece tecnicamente empatado com Boulos e Nunes nas pesquisas mais recentes do Datafolha e da Quaest.

O candidato voltou a afirmar que precisou agir como “idiota” para chamar atenção do eleitorado paulistano.

— No processo eleitoral, me perdoe, você tem que ser um idiota. Infelizmente, a nossa mentalidade gosta disso. E por ser um povo que gosta disso, eu preciso produzir isso. Eu preciso ter um comportamento que chame a atenção. Não é uma parada que eu me divirto.

Com informações de O Globo.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/pablo-marcal-e-carlos-bolsonaro-fazem-as-pazes-apos-xingamentos-nas-redes-nikolas-ferreira-foi-o-cupido/