Cientistas das Universidades de Exeter, na Inglaterra, e Maastricht, na Holanda, descobriram que certas alterações químicas no DNA podem revelar informações valiosas para entender o risco de desenvolver demência. Essas modificações são influenciadas tanto por fatores genéticos quanto pelo estilo de vida e podem ser detectadas no sangue.
Em termos simples, as “marcas” das alterações químicas deixadas no nosso DNA podem ajudar a prever a probabilidade de alguém ser afetado pela doença no futuro. A nova descoberta, publicada em dois artigos na Alzheimer’s & Dementia, abre novas possibilidades para a prevenção e o tratamento da demência.
Metilação de DNA: o que é? E qual é o seu potencial?
A metilação do DNA é uma espécie de “etiqueta química” que pode ser adicionada ao nosso DNA. Essa etiqueta tem a capacidade de ligar ou desligar certos genes, influenciando como eles funcionam em nosso corpo. No entanto, fatores genéticos e de estilo de vida também podem alterar o nível dessa marca. Alguns deles são conhecidos por aumentar o risco de desenvolver doenças, como o Alzheimer.
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Por isso, o processo tem grande potencial para ajudar os cientistas a entender melhor como nossos genes e nosso estilo de vida afetam o risco de desenvolver doenças como a demência. Avaliando as “marcas químicas”, pode ser possível descobrir pistas sobre como e até que ponto os fatores contribuem para o desenvolvimento da doença.
Duas pesquisas mostram resultados promissores
- O potencial da metilação de DNA foi investigado em duas pesquisas.
- A primeira delas, da Universidade de Exeter, descobriu que as marcas químicas no DNA podem refletir níveis de proteínas presentes no fluido espinhal usadas para avaliar a demência.
- Eles analisaram essas marcas em conjunto com 15 proteínas diferentes no fluido espinhal e identificaram mudanças em genes associados a biomarcadores da demência.
- No segundo estudo, da Universidade de Maastricht, os pesquisadores criaram pontuações de risco baseadas nas marcas químicas do DNA no sangue e as relacionaram com 14 fatores de risco conhecidos para demência.
- Esses fatores incluem aspectos que podemos modificar, como a prática de exercícios e a alimentação, e outros que não podemos, como a idade e doenças cardíacas.
- Os resultados mostraram que essas pontuações podem ajudar a prever a chance de declínio mental e o início da demência, mesmo nos estágios iniciais.
Expectativas animadoras
Ambos os principais líderes dos estudos acreditam que os resultados apontam para um caminho em que uma análise do sangue possa fornecer dados importantes sobre o risco de uma pessoa desenvolver demência. A ideia é continuar aprofundando os achados da descoberta.
Nossas descobertas abrem caminho para estudos futuros que explorarão estratégias de saúde mais personalizadas e preventivas no combate ao comprometimento cognitivo.
Dr. Ehsan Pishva, da Universidade de Maastricht, para o EurekAlert!
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/08/29/medicina-e-saude/esse-sinal-no-sangue-podem-revelar-risco-de-demencia/